quinta-feira, 26 de abril de 2012
sexta-feira, 20 de abril de 2012
RELEMBRANDO O PASSADO
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Marcos Pinto |
Em meio à agitação dos dias atuais agradeço, todos os dias, ao DEUS todo poderoso e de infinita bondade, por ter me proporcionado a felicidade de ter nascido em Apodi, e de fazer parte da sua geografia humana, caracterizada por inconfundível senso de solidariedade humana. Transfiguro-me em menino, todas as vezes que volto à terrinha amada e nunca esquecida. Minha saudade se espraia num estuário de recordações, como a divisar entre os silêncios do mundo o desfilar das emoções antigas, cheias de fidelidade evocadora.
Diante o desenrolar dessa fita da saudade, passada no CINE ODEON do meu passado, vejo a inconfundível figura de Sêo JOÃO DE QUINCA, com seu corpo rechonchudo, desempenhando seu ofício como componente da BANDA DE MÚSICA DA FUNDEVAP (Fundação Para o Desenvolvimento do Vale do Apodi) tocando num bombo - isto lá pelos idos dos anos de 1966 a 1969. Integrante da tradicional família NORONHA, gozava da elevada estima de seus conterrâneos, com também daqueles que vinham de outras cidades para cumprirem alguma meta na então tranquila cidadezinha do interior.
Quando Sêo João de Quinca enviuvou e, passado o período lutuoso de um ano, passou a frequentar, quase que diariamente, a casa de uma senhora que "ganhava a vida" na salutar prática do meretrício, Essa deliciosa prática do sexo fazia com que Sêo João gastasse dez Cruzeiros por cada investida. Certo dia, após cumprido o prazeroso exercício, Sêo João de Quinca perguntou à fogosa amásia quanto é que lhe devia, no que ela respondeu que importava em Quinze Cruzeiros. Desapontado e com cara de surpresa, o famélico João perguntou o motivo do aumento do preço do "programa". Qual não foi o seu espanto ao ouvir que o aumento dera-se pelo fato de que o preço do botijão de gás butano havia subido para Quinze Cruzeiros. Como o ato já havia sido consumado, só restou ao fogoso João pagar o preço cobrado - mesmo que a contragosto. Depois deste susto monetário, Sêo João de Quinca deixou de frequentar a casa da libidinosa amante.
Decorridos cerca de três meses, eis que Sêo JOÃO DE QUINCA depara-se, surpreso, frente à frente, com a ex-amante, exatamente na porta que dá acesso ao açougue público municipal, ocasião em que esta dirige-lhe, à queima-roupa, a instigante pergunta:
- Ô João, por quê você não foi mais lá em casa ?
Sem "arrodeios", o desasnado idoso respondeu-lhe:
- Enquanto o seu "Tabaco" for à gás butano, não boto os pés lá!.
Visivelmente envergonhada, só restou à mesma sair de fininho, vermelha "que nem" tomate. Imagine-se o quanto foi difícil para os circunstantes manterem-se sérios, sem dispararem em largas gargalhadas. O certo é que o o fogoso João faleceu depois de dois anos, em forçoso jejum da saborosa fruta da sua amada Dulcinéia.
Quando tenho o prazer de encontrar-me com meus conterrâneos e com tempo para "tirar um dedo de prosa", costumo afirmar que nossa Apodi (cidade) é pródiga quanto à existência de pessoas espirituosas e gaiatas. Quem, em Apodi, não conhece o carrancudo TETÉIA DE ADEMAR CAVEJA, irmão de Fãico, do Bar "Canto das Almas", alí vizinho ao Cemitério São João Batista?. Pois bem: Em um dos dias do carnaval desse ano, eis que uma conterrânea, residente em Natal, metida a rica e com ar e pose de muito importante, parou o seu imponente e luxuoso carro em frente à mercearia de Tetéia, que se encontrava muito bem sentado em uma "cadeira de balanço", na calçada. Se fazendo de desconhecida/turista e fazendo de conta que não conhecia o Tetéia, sapecou a pergunta:
-O Senhor tem pão de Hambúrguer ?
O "cabreiro" Tetéia, se fazendo de besta e também fingindo não conhecer a boçal conterrânea, respondeu, sereno e calmo:
Ainda encontra-se na mercearia de Teté artigos não muito comum nos dias de hoje |
-Tenho não, senhora! A Senhora só vai encontrar PAU DE BURRO em Mossoró, na Loja "Curral Veterinário".
Mercearia Frei Damião de Teté de Ademar |
Ora, o Tétéia lá sabia o que diabos era PÃO DE HAMBURGUER ?. Criado nos moldes sertanejos, assim como eu, comendo cuscuz de milho zarôlho, moído naqueles antigos moinhos de marca "Mimoso", e de vez em quando saboreando "pães d'água" (Pães franceses) ou então "Pães doces" recheados com coco, comprados nas padarias de Zé Bolacha, Raimundo Sena ou de Josué Marcolino, jamais saberia o que era pão de hamburguer.
Marcos Pinto.
quarta-feira, 18 de abril de 2012
Os 13 mais mortais naufrágios da história
Nós estamos no centésimo aniversário do naufrágio do Titanic, provavelmente o mais famoso de todos, graças a Hollywood. Mas poucos sabem que esse não foi o pior de todos. Para “comemorar” a ocasião, aqui vão os 13 mais mortais naufrágios da história:
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1 – MV DOÑA PAZ |
Data: 20 de dezembro, 1987
Local: Filipinas
Número de mortos: 1565
Local: Filipinas
Número de mortos: 1565
A maior parte dos passageiros do MV Doña Paz estava dormindo quando o navio colidiu com o MT Vector, um navio tanque que carregava 8.800 barris de gasolina e petróleo. A colisão gerou um incêndio no Vector que se espalhou para o Doña Paz, deixando os passageiros sem escolha a não ser pular nas águas infestadas de tubarões. As estimativas de mortos variam devido aos passageiros não identificados, podendo ser maior do que quatro mil, fazendo deste um dos mais mortais naufrágios da história.
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2 – SS KIANGYA |
Data: 4 de dezembro, 1948
Local: Rio Huangpu, norte de Shanghai
Número de mortos: 2750–3920
Local: Rio Huangpu, norte de Shanghai
Número de mortos: 2750–3920
O Kiangya, um barco de passageiros repleto de fugitivos da Guerra Civil Chinesa, explodiu e afundou após bater no que se acredita ser uma mina deixada pela Marinha Imperial Japonesa.
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3 – MV JOOLA |
Data: 26 de setembro, 2002
Local: Gâmbia
Número de mortos: 1863
Local: Gâmbia
Número de mortos: 1863
O Joola, uma balsa governamental desenhada para carregar um máximo de 580 passageiros, tinha pelo menos dois mil a bordo quando partiu durante uma perigosa tempestade, em 2002. Ela afundou em apenas cinco minutos, matando quase todos.
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4 – SS SULTANA |
Data: 27 de abril, 1865
Local: Rio Mississipi
Número de mortos: 1547
Local: Rio Mississipi
Número de mortos: 1547
O SS Sultana era um barco que cruzava o rio Mississipi usando como fonte de energia pás d’água, presas em grandes rodas. Ele afundou após a explosão de três das quatro caldeiras. Apesar de ser considerado o maior desastre marítimo da história americana, o evento teve pouca atenção na época porque o assassinato do presidente Abraham Licoln por John Wilkes Booth e o fim da Guerra Civil Americana haviam acontecido poucos dias antes.
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5 – RMS TITANIC |
Data: 14 de abril, 1912
Local: Norte do Oceano Atlântico
Número de mortos: 1517
Local: Norte do Oceano Atlântico
Número de mortos: 1517
Quando saiu para sua viagem, o Titanic era o maior barco de todos. Como todos sabemos, ele bateu em um iceberg e afundou no meio do oceano, em rota para a Nova York. Foi sua primeira e única viagem.
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6 – RMS LUSITÂNIA |
Data: 7 de maio, 1915
Local: Irlanda
Número de mortos: 1198
Local: Irlanda
Número de mortos: 1198
O Lusitânia saiu de Nova York carregando uma carga escondida de munições e contrabando para a Inglaterra, assim como passageiros civis. O navio afundou em apenas 18 minutos, após um ataque de torpedos. O evento gerou uma discussão se um navio de passageiros poderia ser considerado um alvo militar, já que era na época da grande guerra.
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7 – SS GENERAL SLOCUM |
Data: 15 de junho, 1904
Local: East River, Nova York
Número de mortos: 1021
Local: East River, Nova York
Número de mortos: 1021
A balsa SS General Slocum estava carregando membros da Igreja Luterana-Evangélica para um picnic, quando um incêndio começou, na sala de lâmpadas. As chamas cresceram rapidamente, alimentadas pelo óleo e gasolina. O equipamento de segurança não estava em dia. Os coletes salva vidas queimaram e os botes estavam inacessíveis. No fim, os passageiros tiveram que pular, e aqueles que não sabiam nadar acabaram se afogando com as pesadas roupas da época.
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8 – MS AL-SALAM BOCCACCIO 98 |
Data: 3 de fevereiro, 2006
Local: Mar Vermelho
Número de mortos: 1018
Local: Mar Vermelho
Número de mortos: 1018
O al-Salam Boccaccio já deixou o porto com condições ruins de tempo. Um incêndio começou na sala de motores e a equipe começou a usar baldes de água do mar para tentar extinguir o fogo. O incêndio parou por algum tempo, mas logo começou novamente. O capitão tentou voltar para o porto, mas como os sistemas de drenagem de água pararam de funcionar, o navio virou. Ventos fortes e condições do tempo dificultaram o resgate.
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9 – RMS EMPRESS OF IRELAND |
Data: 29 de maior, 1914
Local: Pointe-au-Père, Quebec
Número de mortos: 1012
Local: Pointe-au-Père, Quebec
Número de mortos: 1012
O navio canadense Empress of Ireland estava descendo o Rio Saint Lawrence sob forte neblina quando colidiu com outro navio. O Empress afundou rapidamente, ao contrário do outro, que não afundou. Esse foi por muito tempo o pior desastre marítimo da história canadense. A carcaça permanece a cerca de 40 metros de profundidade, o que permite que mergulhadores cheguem até ali – inclusive para roubar relíquias.
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10 – SS HONG MOH |
Data: 3 de março, 1921
Local: Sul do Mar Chinês
Número de mortos: 1000
Local: Sul do Mar Chinês
Número de mortos: 1000
Em 1921, o navio de passageiros SS Hong Moh bateu nas Rochas Brancas, na Ilha de Lamock. O navio quebrou em duas partes; quando o primeiro bote de resgate chegou, três dias depois, a maior parte dos passageiros e tripulação já havia morrido.
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11 – HMT ROYAL EDWARD |
Data: 13 de agosto, 1915
Local: Kandeliusa, Mar Egeu
Número de mortos: 935
Local: Kandeliusa, Mar Egeu
Número de mortos: 935
O Royal Edward era um navio de passageiros, usado para transportar tropas britânicas durante a Primeira Guerra Mundial. Às 10 da manhã, ele foi atingido por dois torpedos alemães, e rapidamente enviou um sinal de SOS, antes de perder a energia. A popa afundou em apenas seis minutos. A maior parte dos homens estava nos decks inferiores, o que explica o grande número de mortos.
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12 – MV BUKOBA |
Data: 21 de maio, 1996
Local: Lago Vitória, Tanzânia
Número de mortos: 894
Local: Lago Vitória, Tanzânia
Número de mortos: 894
O MV Bukoba era uma balsa famosa pela regularidade. Não possuía coletes salva-vidas nem equipamentos contra incêndios. Mesmo assim a balsa sempre estava em movimento. Mas nesse dia, quando começou o trajeto, equipamentos grandes de cozinha, assim como pratos, talheres e panelas, começaram a cair e quebrar em um lado da balsa. O barulho assustou os passageiros, que correram para um lado do deck, fazendo o navio virar.
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13 – MS ESTONIA |
Data: 24 de setembro, 1994
Local: Mar Báltico
Número de mortos: 852
Local: Mar Báltico
Número de mortos: 852
O MS Estonia estava cruzando águas agitadas quando os passageiros começaram a ouvir barulhos metálicos. Em poucos minutos, as portas de carga quebraram, fazendo com que o deck inferior fosse inundado, pouco antes dos quatro motores pararem completamente. Apenas os que estavam no deck superior conseguiram sobreviver.
quinta-feira, 12 de abril de 2012
ERA SÓ O QUE FALTAVA: LAMPIÃO GAY?
Novo livro sobre Lampião diz que cangaceiro era gay
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O livro "Lampião, o Mata Sete" está com o lançamentomarcado para o dia 1º de dezembro |
Um livro escrito por um juiz aposentado diz que Virgulino Lampião era homossexual e sua mulher, Maria Bonita, era adúltera - a filha do casal seria de outro homem, segundo o escritor Pedro Morais.
"Não sou eu o primeiro a dizer isso, não. O professor Luiz Mott há mais de 30 anos já dizia isso", explica o juiz, dizendo que o cangaceiro namorava com um homem que também se relacionava com Maria Bonita, de nome Luis Pedro.
A biografia aborda também emboscadas, Padre Cícero e o dia a dia dos cangaceiros no sertão até a morte de Lampião, em 1938 - ele, Maria Bonita e Corisco, além de outros do bando, tiveram as cabeças cortadas e exibidas em praça pública.
O livro "Lampião, o Mata Sete" está com lançamento marcado para o dia 1º de dezembro, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Sergipe, mas a família de Lampião conseguiu na quinta-feira uma liminar na 7ª Vara Cível de Aracaju proibindo o lançamento sob pena de multa de até R$ 20 mil. Morais disse que vai recorrer.
Pagina de origem: Correio* o que a Bahia quer saber
Foto: osantoofício
domingo, 8 de abril de 2012
POSTE DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA 100% ALIMENTADO POR ENERGIA EÓLICA E SOLAR
Empresário cearense desenvolve o primeiro poste de iluminação pública 100% alimentado por energia eólica e solar


Feito em fibra de carbono e alumínio especial – mesmo material usado em aeronaves comerciais –, a peça tem três metros de comprimento e, na realidade, é a peça-chave do poste híbrido. Ximenes diz que o formato de avião não foi escolhido por acaso. A escolha se deve à sua aerodinâmica, que facilita a captura de raios solares e de vento. "Além disso, em forma de avião, o poste fica mais seguro. São duas fontes de energia alimentando-se ao mesmo tempo, podendo ser instalado em qualquer região e localidade do Brasil e do mundo", esclarece.
Tecnicamente, as asas do avião abrigam células solares que captam raios ultravioletas e infravermelhos por meio do silício (elemento químico que é o principal componente do vidro, cimento, cerâmica, da maioria dos componentes semicondutores e dos silicones), transformando-os em energia elétrica (até 400 watts), que é armazenada em uma bateria afixada alguns metros abaixo. Cumprindo a mesma tarefa de gerar energia, estão as hélices do avião. Assim como as naceles (pás) dos grandes cata-ventos espalhados pelo litoral cearense, a energia (até 1.000 watts) é gerada a partir do giro dessas pás.
Cada poste é capaz de abastecer outros três ao mesmo o tempo. Ou seja, um poste com um "avião" – na verdade um gerador – é capaz de produzir energia para outros dois sem gerador e com seis lâmpadas LEDs (mais eficientes e mais ecológicas, uma vez que não utilizam mercúrio, como as fluorescentes compactas) de 50.000 horas de vida útil dia e noite (cerca de 50 vezes mais que as lâmpadas em operação atualmente; quanto à luminosidade, as LEDs são oito vezes mais potentes que as convencionais). A captação (da luz e do vento) pelo avião é feita em um eixo com giro de 360 graus, de acordo com a direção do vento.
À prova de apagão
Por meio dessas duas fontes, funcionando paralelamente, o poste tem autonomia de até sete dias, ou seja, é à prova de apagão. Ximenes brinca dizendo que sua tecnologia é mais resistente que o homem: "As baterias do poste híbrido têm autonomia para 70 horas, ou seja, se faltarem vento e sol 70 horas, ou sete noites seguidas, as lâmpadas continuarão ligadas, enquanto a humanidade seria extinta porque não se consegue viver sete dias sem a luz solar".

O inventor explica que a ideia nasceu em 2001, durante o apagão. Naquela época, suas pesquisas mostraram que era possível oferecer alternativas ao caos energético. Ele conta que a caminhada foi difícil, em função da falta de incentivo – o trabalho foi desenvolvido com recursos próprios. Além disso, teve que superar o pessimismo de quem não acreditava que fosse possível desenvolver o invento. "Algumas pessoas acham que só copiamos e adaptamos descobertas de outros. Nossa tecnologia, no entanto, prova que esse pensamento está errado. Somos, sim, capazes de planejar, executar e levar ao mercado um produto feito 100% no Ceará. Precisamos, na verdade, é de pessoas que acreditem em nosso potencial", diz.
Mas esse não parece ser um problema para o inventor. Ele até arranjou um padrinho forte, que apostou na ideia: o governo do estado. O projeto, gestado durante sete anos, pode ser visto no Palácio Iracema, onde passa por testes. De acordo com Ximenes, nos próximos meses deve haver um entendimento entre as partes. Sua intenção é colocar a descoberta em praças, avenidas e rodovias.
O empresário garante que só há benefícios econômicos para o (possível) investidor. Mesmo não divulgando o valor necessário à instalação do equipamento, Ximenes afirma que a economia é de cerca de R$ 21.000 por quilômetro/mês, considerando-se a fatura cheia da energia elétrica. Além disso, o custo de instalação de cada poste é cerca de 10% menor que o convencional, isso porque economiza transmissão, subestação e cabeamento. A alternativa teria, também, um forte impacto no consumo da iluminação pública, que atualmente representa 7% da energia no estado. "Com os novos postes, esse consumo passaria para próximo de 3%", garante, ressaltando que, além das vantagens econômicas, existe ainda o apelo ambiental. "Uma vez que não haverá contaminação do solo, nem refugo de materiais radioativos, não há impacto ambiental", finaliza Fernandes Ximenes.
Vento e sol

Se no litoral cearense não falta vento, no interior o que tem muito são raios solares. O calor, que racha a terra e enche de apreensão o agricultor em tempos de estiagem, traz como consolo a possibilidade de criação de emprego e renda a partir da geração de energia elétrica. Na região dos Inhamuns, por exemplo, onde há a maior radiação solar de todo o país, o potencial é que sejam produzidos, durante o dia, até 16 megajoules (MJ – unidade de medida da energia obtida pelo calor) por metro quadrado.
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A usina de Tauá será construída pela MPX – empresa do grupo EBX, de Eike Batista – e inicialmente foi anunciada com uma capacidade de produção de 50 MW, o que demandaria investimentos superiores a US$ 400 milhões. Dessa forma, seria a segunda maior do mundo, perdendo apenas para um projeto em Portugal. No entanto, os novos planos da empresa apontam para uma produção inicial de apenas 1 MW, para em seguida ser ampliada, até alcançar os 5 MW já autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Os equipamentos foram fornecidos pela empresa chinesa Yingli.
Segundo o presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Antônio Balhmann, essa ampliação dependerá da capacidade de financiamento do FIES. Aprovado em 2009 e pioneiro no Brasil, o fundo pagaria ao investidor a diferença entre a tarifa de referência normal e a da solar, ainda mais cara. "A energia solar hoje é inviável financeiramente, e só se torna possível agora por meio desse instrumento", esclarece. Ao todo, estima-se que o Ceará tem potencial de geração fotovoltaica de até 60.000 MW.
Também aproveitando o potencial do estado para a energia solar, uma empresa espanhola realiza estudos para definir a instalação de duas térmicas movidas a esse tipo de energia. Caso se confirme o interesse espanhol, as terras cearenses abrigariam as primeiras termossolares do Brasil. A dimensão e a capacidade de geração do investimento ainda não estão definidas, mas se acredita que as unidades poderão começar com capacidade entre 2 MW a 5 MW.
Bola da vez
De fato, em todas as partes do mundo, há esforços cada vez maiores e mais rápidos para transformar as energias limpas na bola da vez. E, nesse sentido, números positivos não faltam para alimentar tal expectativa. Organismos internacionais apontam que o mundo precisará de 37 milhões de profissionais para atuar no setor de energia renovável até 2030, e boa parte deles deverá estar presente no Brasil. Isso se o país souber aproveitar seu gigantesco potencial, especialmente para gerar energias eólica e solar. Segundo o Estudo Prospectivo para Energia Fotovoltaica, desenvolvido pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), o dever de casa no país passa, em termos de energia solar, por exemplo, pela modernização de laboratórios, integração de centros de referência e investimento em desenvolvimento de tecnologia para obter energia fotovoltaica a baixo custo. Também precisará estabelecer um programa de distribuição de energia com sistemas que conectem casas, empresas, indústria e prédios públicos.
"Um dos objetivos do estudo, em fase de conclusão, é identificar as oportunidades e desafios para a participação brasileira no mercado doméstico e internacional de energia solar fotovoltaica", diz o assessor técnico do CGEE, Elyas Ferreira de Medeiros. Por intermédio desse trabalho, será possível construir e recomendar ações estratégicas aos órgãos de governo, universidades e empresas, sempre articuladas com a sociedade, para inserir o país nesse segmento. Ele explica que as vantagens da energia solar são muitas e os números astronômicos. Elyas cita um exemplo: em um ano, a Terra recebe pelos raios solares o equivalente a 10.000 vezes o consumo mundial de energia no mesmo período.
O CGEE destaca, em seu trabalho, a necessidade de que sejam instituídas políticas de desenvolvimento tecnológico, com investimentos em pesquisa sobre o silício e sistemas fotovoltaicos. Há a necessidade de fomentar o desenvolvimento de uma indústria nacional de equipamentos de sistemas produtivos com alta integração, além de incentivar a implantação de um programa de desenvolvimento industrial e a necessidade de formação de profissionais para instalar, operar e manter os sistemas fotovoltaicos.
Por GEVAN OLIVEIRA
Pagina de origem: REVISTA DA FIEC
quarta-feira, 4 de abril de 2012
SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DAS FAMÍLIAS APODIENSES AFRODESCENDENTES (II).
Nunca será enfadonha a assertiva e a exortação de que a história do cativeiro negro em Apodi encontra-se restrita aos poeirentos e mofados inventários setecentistas e oitocentistas, e, ainda, em alguns livros de registro de matrículas de escravos existentes no arquivo morto do Fórum Judiciário. Perdeu-se nas incertezas das narrativas da tradição oral. São raros os relatos de componentes de famílias afrodescendentes dando conta de maus tratos físicos em seus ascendentes. Para dar mais conotação histórica à indômita escrava SABINA, no livro de Registro de óbitos do ano de 1924, do 1º Cartório Judiciário de Apodi, consta o assento do falecimento da mesma,com dados fornecidos pelo seu filho Lúcio Agostinho da Silva, informando que a mesmo veio à óbito a uma hora do dia 18 de Março de 1924, devido a complicações cardíacas, cuja ex-escrava tinha o nome civil de SABINA CONSTÂNCIA BELTRÃO, com 72 anos de idade, presumíveis, filha natural de INOCÊNCIA CONSTÂNCIA BELTRÃO, deixando os filhos LÚCIO AGOSTINHO DA SILVA e LUIZ BELTRÃO, casado com Águida de Tal. Sabina teve ainda o filho GALDINO FERREIRA DA SILVA, que residia em Recife-PE, e que sentindo-se muito doente em consequência de letal tuberculose, retornou para Apodi, onde faleceu a 09 de Maio de 1911, aos 43 anos de idade, deixando a viúva e cinco filhos residindo em Recife. A prole de SABINA era composta, também, pelo Sr. VICENTE FERREIRA DA SILVA, popularmente conhecido como "Vicente Beltrão", que nasceu em Apodi a 16.09.1866, e foi batizado pelo Pe. Antonio Dias da Cunha na Igreja-Matriz de Apodi a 23.09.1866, tendo como padrinhos Belarmino, escravo do Capitão Francisco Ferreira Pinto (Tio-avô do 2º deste nome) e Catharina, escrava de Domingos Alves Ferreira Pinto. VICENTE BELTRÃO casou a 01 de Março de 1907 com Joaquina Maria da Conceição, nascida a 15.04.1871, filha natural de GERMANA, escrava de Francisco Ferreira Lima. Vicente e Joaquina foram pais de Ezequiel Beltrão, que por sua vez foi pai de " Manoel de Zaquiel", que ainda é vivo e sofre das faculdades mentais, perambulando pelas ruas da cidade. Como se vê, casamento entre ex-escravos e filhos de escravos, o que evidencia um processo de identidade e formação de casta social.
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Escravos eram comercializados em Pernambuco e trazidos para terras Potiguares |
Os livros que abordam o processo de compra e venda de escravos no RN informam que o abastecimento tinha a procedência de dois centros: Pernambuco e Maranhão. De Pernambuco eram enviados para a região açucareira potiguar, sobretudo a partir do ano de 1845, quando a indústria açucareira foi ativada. O número de cativos em Apodi não era muito expressivo, posto que a região desenvolveu-se com a criação extensiva do gado, o cultivo das vazantes, e o comércio com a praça comercial de Aracati-CE, para onde eram transportados o algodão, couros bovinos e caprinos, e a cêra de carnaúba. São poucas as informações censitárias que poderiam servir para a análise da população escrava ou mesmo a posse de cativos. Por constituir vasto domínio da extensão rural, as famílias PINTO, MORAIS e MARINHO tinham o maior número de cativos. Os escravos vinculados à família PINTO eram distribuídos nas suas fazendas situadas na margem da lagoa, ou seja, nas fazendas "Barra", "Ponta", "Largo", "Estreito" e "Córrego". Assim é que as famílias BELARMINO, VALENTIM, CRISTINO (Família Ceará) "CIPRIANO" e "BASÍLIO" tem origem em escravos vinculados à família, num acentuado processo de afeição e consideração recíprocos que perdura até os dias atuais.
Na fazenda "Largo" tem origem a família conhecida como sendo " FAMÍLIA DOS CEARÁ", cujos documentos oficiais revelam que da escrava JOANA FRANKLINA DE OLIVEIRA,nascida em 1851, pertencente ao espólio do Capitão Sebastião Celino de Oliveira Pinto (Pai de Claudina Pinto e do Coronel João Jázimo Pinto) nasceu em 1879 o ANTONIO CRISTINO DE OLIVEIRA, vulgo Antonio Ceará, que por sua vez é pai de DECA CEARÁ. Dado a desenvoltura do Antonio Ceará no trato com a terra e a gadaria, logo conquistou a simpatia do Coronel João Jázimo, que o colocou como administrador e vaqueiro de suas fazendas. DECA CEARÁ casou com a gentil senhorita Francisca Valentim de Oliveira, filha de Pedro Valentim de Oliveira, ex-escravo, nascido no ano de 1860, e de Maria Alexandrina da Conceição. PEDRO VALENTIM era filho natural da escrava HERCULANA JANUÁRIA DO ESPÍRITO SANTO, nascida em 1846, que por sua vez era filha da escrava THEREZA MARIA DO E. SANTO, pertencente ao casal Antonio da Costa Monteiro e Ana Quitéria do E. Santo.
Da escrava HERCULANA tem origem a FAMÍLIA DOS VALENTIM, pelo relacionamento amoroso da mesma com o abastado comerciante JOSÉ VALENTIM DE OLIVEIRA. Herculana faleceu no sítio "Mirador" a 05 de Agosto de 1906, aos 60 anos de idade, deixando os filhos: PEDRO VALENTIM DE OLIVEIRA (Nascido em 1860); CLEMENTINA MARIA DA CONCEIÇÃO (Nasceu em 1878); MANOEL VALENTIM DE OLIVEIRA (Nascido em 1879); MARIA MARCELINA DA CONCEIÇÃO (Nasceu em 1881) e JOSÉ VALENTIM DE OLIVEIRA (Nasceu em 1880. Repete o nome do pai). FONTE: Livro de Óbitos do 1º Cartório - 1906-1011 - fls. 15/v. Um filho de Pedro Valentim de Oliveira, de nome CASSIMIRO VALENTIM DE OLIVEIRA (Pai de Ló, Lucas, Boioiô, Sebastiana de João de Toinho, Maria de Tomaz Tito e outros) mantinha estreita relação de amizade com o meu avô Aristides Pinto, de quem foi administrador e vaqueiro das fazendas "Quadra", "Pequé" e "Canto de Varas".
Por Marcos Pinto - HISTORIADOR APODIENSE.
segunda-feira, 2 de abril de 2012
SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DAS FAMÍLIAS APODIENSES AFRODESCENDENTES (I).

casarão senhorial pertencente a JOAQUIM MANOEL CARNEIRO DA CUNHA BELTRÃO |
Há uma curiosidade de identidade de cunho afrodescendente pelos casamentos de dois de seus filhos com descendentes de escravos: RAIMUNDA LÚCIO casou com Manoel Gogó, que era filho de Raimunda Maria da Conceição (Casada com Jovino Gogó -Jovino Braz de Lima), que por sua vez era filha do ex-escravo Belarmino Gomes da Costa, tronco dos "Belarmino". PEDRO LÚCIO casou com JOANA FELÍCIO, filha do ex-escravo JACÓ FELÍCIO DE OLIVEIRA, escravo que foi de Francisco da Costa Morais. No próximo artigo faremos abordagens históricas sobre as famílias afrodescendentes VALENTIM, BASÍLIO,BELARMINO,GAVIÃO,CEARÁ,AVELINO e SIMÃO.
Por Marcos Pinto - HISTORIADOR APODIENSE.
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