quinta-feira, 18 de abril de 2013

CONVITE

A Pesquisadora Lucia Maria Tavares, presidente do "CENTRO HISTÓRICO-CULTURAL TAPUIAS PAIACUS DA LAGOA DO APODI, tem a honra de convidar todos os segmentos sociais de Apodi, para comparecerem à III Exposição de Peças Líticas dos indígenas apodienses, nossos primeiros habitantes- os Tapuias Paiacus,em comemoração ao DIA DO ÍNDIO, cujo evento acontecerá no âmbito da CASA DE CULTURA POPULAR HISTORIADOR VALTER DE BRITO GUERRA, nesta Sexta-feira, 19 de Abril- Dia do índio, das 8 ás 17 horas. Lúcia Tavares solicita o apoio da população no sentido de serem feitas doações de livros que abordem a História, a Cultura e Arte indígena Brasileira, principalmente dos índios do RN. Os livros irão compor o Acervo Bibliográfico do CHCTPLA. Informa ainda que as doações poderão ser feitas no local da exposição.

Veja abaixo a PROGRAMAÇÃO:

MANHÃ- das 8:00 às 11:00 horas.

-Abertura.
-Composição da Mesa.
-Hino de Apodi.
-Apresentação de uma dança indígena por um grupo de alunos do 6º Ano -B, da ESCOLA FERREIRA PINTO.
-Ministração de uma palestras pelo Sr. Marcos Pinto Pinto, abordando o Tema: “O RESGATE DA HISTÓRIA E CULTURA DOS TAPUIAS PAIACUS DO APODI E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A ATUAL E FUTURA GERAÇÃO DO NOSSO POVO”.
-Exibição de um filme infantil- A PEQUENA ÁRVORE.
-Encerramento.

TARDE-das 14:00 às 17:00 horas.

-Apresentação de Dança Indígena por outro grupo de alunos do 6º Ano- B, da ESCOLA FERREIRA PINTO.
-Ministração de uma palestras pelo Sr. Marcos Pinto Pinto, abordando o Tema: “ A GUERRA DOS BÁRBAROS NOS SERTÕES DA RIBEIRA DO APODI.”
- ABORDAGENS HISTÓRICAS pelos Professores Osório e Gildevan Holanda, sobre A IMPORTÂNCIA DA ARQUEOLOGIA INDÍGENA.
-Exibição de um filme infantil- A PEQUENA ÁRVORE.
-Encerramento.


Observações:
-As pessoas serão recepcionadas por um grupo de alunos Flautistas da ESCOLA FERREIRA PINTO.
-Ainda serão exibidos pequenos documentários sobre algumas pesquisas realizadas pelo CHCTPLA.

Agradece, a Pesquisadora Lúcia Tavares- Presidente do CHCTP.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Os Habitantes Primitivos do Apodi


Quais foram os primeiros habitantes do Apodi? 


Os primeiros habitantes do Apodi foram os índios Tapuias Paiacus, pertencentes ao grupo étnico cultural TARAIRIÚ. 

Quantas famílias indígenas habitavam em Apodi, quando Manoel Nogueira Ferreira chegou a este território, em 1680?

Não há registro para uma informação exata. Entretanto, com base num documento publicado, posteriormente pode-se estimar que quando Manoel Nogueira Ferreira chegou a este território em 1680, havia entre 120 e 150 o número de famílias aqui residindo em Apodi. 

Como eram os índios, seus costumes, hábitos? 

Alguns historiadores afirmam que o paiacu era de estatura alta, enquanto as mulheres eram de estatura baixa, gordas e de boa aparência. 
Os homens era fortes, robustos e possuidores de muita força, tinham cabelos pretos e pele trigueira. Andavam inteiramente nus. Os homens colocavam um cendal nas partes genitais e as mulheres usavam um avental confeccionado de folhas. Usavam sandálias feitas de casca de uma árvore que chamavam de caraguá. Pintavam-se com tinta de jenipapo e urucu. 

Quantos anos vivia, em média, um índio da tribo paiacu? 

Segundo os historiadores cronistas, o tapuia paiacu podia viver até 200 anos, ainda lúcido, e capaz de transportar nos ombros, razoável peso. 

Quando adoecia um paiacu, como os demais da tribo para conseguir a cura? 

Algumas providências eram tomadas. Defumações com tabaco, introdução de folhas de certos vegetais na garganta do enfermo, para provocar vômitos, aplicação de salivas, e outros recursos sempre valendo-se da flora medicinal. Quando o doente era considerado incurável, a própria tribo o matava com golpes de clava, a fim de evitar o sofrimento do paciente. Matadores e condenado congratulavam pelo ritual macabro. 

Como era feito o casamento entre os índios? 

A moça tapuia casava-se muito jovem. Aos primeiros sinas da puberdade, a mãe a levava ao conhecimento do rei da tribo. A moça era então guardada na casa dos pais. Uma vez conseguido o noivo, o rei autorizava o casamento, o qual era realizado com festas, cânticos e festas. Caso não aparecesse um noivo para determinada donzela, esta era levada à presença do rei que, conforme os costumes da tribo a desvirginava. Os índios paiacus eram polígamos.Isto é podiam possui várias mulheres. 

O adultério era tolerado pelo homem? 

Não. A índia que fosse falsa ao seu marido podia ser punida até com a morte. Registram os cronistas que o adultério entre os índios era coisa rara. 

Quando um índio matava outro da mesma tribo, o que acontecia? 

O matador ficava responsável pela esposa e os filhos do morto. 

Como eram os instintos dos Tapuias Paiacus? 

Segundos os historiadores que se preocuparam em relatar os costumes, hábitos e vida da nação tapuia, era esta temida pelas demais tribos. O tapuia tinha o semblante ameaçador, era feroz e cruel. Para atacar o inimigo usava a surpresa, a emboscada. Possuía o instinto de guerrear, de matar e de fazer sangue, exercitado nas mortes das caças e das feras. 
Morava em tocas feitas de pau, cobertas de palhas ou ramos, Por ocasião das secas, emigravam para outras regiões, retornando quando as chuvas voltavam. Tinham os hábito fazer grandes fogueiras à noite, onde estendiam suas redes, para se aquecerem. 

Como se alimentavam os Tapuias Paiacus? O que comiam? 

A alimentação básica do Tapuia Paiacu era a caça, peixes, mel de abelha, alguns produtos de roça, tais como milho, mandioca, jerimus e frutas. Apreciavam cobras e lagartos. Eram fortes, saudáveis e possuidores de grande apetite. Não tinham o costume de guardar alimentos para o dia seguinte. Comiam tudo no mesmo dia. Registra um cronista que um índio tapuia consumia de uma vez, alimentos que saciaria a fome de cincos brancos. 
Outro hábito estranho, praticado pelos Tapuias Paiacus era o endocanibalismo, que consistia em comer os membros da própria tribo, inclusive os ossos dos falecidos, que depois de secos eram pulverizados, depois de torrados e ingeridos com bebidas. Também era comum entre os paiacus, a antropofagia contra os inimigos da tribo, os quais eram dilacerados por feroz vingança e comidos pelos silvícolas. 
No ano de 1683, vendo a invasão de suas terras pelos brancos, em virtude das sesmarias que iam sendo concedidas, os índios tapuias, na defesa de suas terras, a posse, pois tinham consciência desse direito adquirido, rebelaram-se contra os curraleiros em todo o Rio Grande do Norte. Houve um extenso período de lutas, que tiveram seu final 40 anos depois. 
A essa revolta deu-se o nome de Guerra dos Bárbaros. Milhares de índios foram mortos durante o levante. Muitos foram salvos pelas missões religiosas, como foi o caso dos Tapuias Paiacus de Apodi, que estavam aldeados pelos missionários, inicialmente pelos jesuítas, aqui chegados em janeiro de 1700.

Fonte: Apodi, Sua História - Válter de Brito Guerra

CANTOFA E JANDI. NO DVD DE DUDÉ VIANA


O caboclo Dudé Viana, prepara o primeiro DVD de sua carreira musical e nele figura “O Romance de Cantofa e Jandi” de Aucides Sales, faz parte do repertorio. As imagens foram feitas em Apodí e contou com o apoio da ONG da tapuia Lúcia Tavares, que colaborou com o guarda-roupa além de participar da filmagem. Os seres sublimes da elite pensante do Apodí, aos poucos vai se chegando para a nação, afirmando as suas raízes, sem esquecer a nativa, das bisavós caboclas pegadoas a casco de cavalo... Mas que nunca se deixaram dobras e ainda hoje, permanecem altivas, como são as valentes mulheres do nosso estado.
   Dessa forma, o caraubense Dudé, foi muito bem acolhido pelos humanistas apodiense que lhe trouxeram o apoio material para a realização das filmagens. Durante o período dos trabalhos,  em Apodí, “O Romance de Cantofa e Jandí” do caboclo Aucides Sales, na voz de Dudé Viana, foi a música mais tocada nos rádios locais. Afinal o Romance tem seu inicio na Missão dos jesuítas de São João do Apodí, em 1761.

http://gefelipecamarao.blogspot.com.br

quinta-feira, 4 de abril de 2013

HISTÓRIA DO OBELISCO DA PRAÇA DE SÃO PEDRO

Ano de 37 d.C.
Como troféu de guerra, um enorme obelisco é trazido de navio, da cidade egípcia de Heliópolis                                                                                              até Roma, sob o domínio do imperador Calígula, para ser colocado em seu Circus Maximus.
Afresco na ‘Galería de Mapas Vaticana’, pintado entre 1580-1583
onde Antonio Dante imaginou a chegada do obelisco de Calígula.
Circus Maximus construído pelo imperador Calígula
(terminado por Nero)
O Circo de Nero em um velho mapa de Roma, impresso em 1561,
o globo em detalhe, e a cruz e cristã que substituíram o globo.

A esfera de metal localizada no cume abrigava, de acordo com lenda
medieval, os restos de Julio César, que foram substituídos por um
pedaço do Lignum Crucis, madeira da cruz onde pregaram Cristo.
Mais tarde o Papa Sixto V, como parte
do plano para embelezar Roma ordena a transferência do obelisco para a frente
da Basílica do Vaticano, famoso como a
“testemunha muda”, pois ao lado dele
 Pedro foi crucificado no Circo de Nero.


Para o projeto desta mudança foram apresentados 500 planos diferentes,
 e o premiado foi o projeto elaborado pelo arquiteto Domenico Fontana.
10 de setembro do ano de 1586
900 homens com 150 cavalos, incontáveis talhas e centenas de metros de corda,
tentam pôr em pé, no centro da Praça de San Pedro, em Roma, o enorme
obelisco egípcio de 350 toneladas, com mais de 25 metros altura e   mais de 4.000 anos de idade.
Forçados a permanecer em silêncio, sob pena de morte, os trabalhadores começam
a içar a enorme pedra de granito rosa, mas devido à fricção das cordas, estas começam
a esquentar e fumacear e eles começam a esmorecer até que, por toda a praça de
São Pedro, ressoa um forte grito:
 Molhem as cordas!
Era o capitão Bresca, marinheiro de Ligúria, sabedor de que cordas de linho arrebentam
se não forem esfriadas, e arriscando-se valentemente sem temer ser enforcado
lança sua voz para salvar o bloco de
pedra, talhado em Asuan.
Feito da engenharia que durou um ano inteiro, do transporte ao içamento,
reproduzido fielmente nesse livro esplêndido,
num volume de 1590.
O obelisco erguido, em pintura de 1630.


Mas o que aconteceu com o valente navegante chamado Bresca que gritou a todo o pulmão?
Foi imediatamente detido e levado diante do Papa. Mas Sixto V, em vez de castigá-lo, o recompensou concedendo-lhe o privilégio de içar a bandeira do Vaticano no navio dele.
Também foi concedido a ele e a seus herdeiros, o direito de vender com, exclusividade, palmas do Domingo
de Ramos na Praça de São Pedro.
E desde muitos séculos, os descendentes dele continuam tendo essa prerrogativa papal de fornecer ramos de palmeiras na praça.
Placa do Obelisco Egípcio na Praça de São Pedro, de 1586
Aqua alle funni!
Grito dado em dialeto genovês e convertido em símbolo contra o poder.
Utilizado para ressaltar a coragem  e a valentia de alguém contra a prepotência, 
antepondo o bem comum ao próprio risco, sem se importar com consequências pessoais....Muito raro hoje em dia!
Símbolo do poder medieval, ano 37, preservado na Praça de São Pedro.