sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

OS ATAQUES DO GRUPO DE LAMPIÃO A APODI (10.05.1927) E A MOSSORÓ (13.06.1927).

Historiador Marcos Pinto

MARCOS PINTO: "JERÔNIMO ROSADO E FELIPE GUERRA PARTICIPARAM DO COMPLÔ PARA O ATAQUE DE LAMPIÃO A MOSSORÓ!"

O historiador Marcos Pinto, autor do respeitado "Datas e 
Notas para a Historia de Apody", concedeu esta entrevista aowww.honoriodemedeiros.blogspot.com Confiram abaixo:
Honório: vc é defensor da teoria da participação direta, embora oculta, de Jerônimo Rosado nas articulações para o ataque de Lampião à Mossoró. Como isso aconteceu?
Marcos: Cresci ouvindo  meu  avô  paterno  ARISTIDES FERREIRA  PINTO (18.04.1907 / 19.09.1975)  narrar, de forma  minuciosa, no  alpendre  de  sua  fazenda, a  saga do seu  irmão  Cel. FRANCISCO  FERREIRA  PINTO (17.04.1895 / 02.05.1934), sempre  relatando  trechos da carta  escrita  pelo  mesmo, e  enviada  para o  seu parente  RODOLFO  FERNANDES, por  emissário especial, após o  célebre  ataque à  Apodi por  uma parte  do bando  do  famigerado  Lampião, comandados pelo  célebre  cangaceiro  Massilon  Benevides, fato ocorrido  à  10 de Maio  de  1927.
Honório: em que vc se fundamenta para defender essa teoria?
Marcos: Lembro-me que o meu  avô  fez  o  relato sempre  observando    ter  ouvido  inúmeras  vezes  do seu  perseguido  irmão, que  dentre  o intrincado  de particularidades  da  missiva  informando  o  Rodolfo, destacava:
Que fora informado por pessoa  de  acentuada estima  e  confiança, de que fora  armado  um  complô com fito  único  de  exterminá-los  fisicamente, engendrado  pelo  quarteto   sinistro  composta  por Jerônimo  Rosado, Felipe  Guerra,  seu  cunhado Tilon Gurgel, que   por sua  vez  arregimentou  a  participação do  seu genro  Décio  Holanda;
O alerta a    Rodolfo  para  a  necessidade  e   cuidados  de  chefe  de  estado em  só  arregimentar pessoas de  sua mais  íntima  amizade  e  confiança, de preferência  parentes;
Que o complô  tinha  como  objetivo  abrir lacunas  nos  executivos de  Apodi  e  Mossoró, proporcionando  a  assunção de Tilon  Gurgel  em  Apodi, e  o  retorno  de  Jerônimo  Rosado ao  comando  do executivo  mossoroense, na  Presidência da Intendência municipal (Equivalente ao de Prefeito) que  já  ocupara no  período  1917-1919, tendo  como  Vice-Presidente da Intendência (equivalente ao cargo de Vice-Prefeito) o  Dr. Antonio  Soares  Júnior, genro  de  Felipe  Guerra;
Honório: é sabido de sua anterior e forte ligação com Vingt-Un Rosado. Seu afastamento dele se deveu à sua teoria acerca da participação de Jerônimo Rosado no ataque de Lampião a Mossoró?
Marcos: Antes de adentrar na resposta, faço a observação  de  que  o  grande  e  profícuo  historiador VINGT-UN  ROSADO  enfatizou, em um dos  seus  livros em  que  aborda  a  atuação  de  seu  irmão  Dix-Sept como  governador  do  RN, a  importância  do mesmo ter ratificado  o  intrínseco  vínculo  de  amizade  existente entre  seu  pai (Jerônimo  Rosado) e  o  Dr. Felipe Guerra,com a  nomeação  do  Dr.  OTO  GUERRA  para o  pomposo  cargo  de  Procurador  Geral  do  Estado.
Acredito que o  sutil  afastamento  do  VINGT-UN  em  relação  a  minha  pessoa  dera-se  em decorrência  de um  artigo que escrevi  em  um  jornal de  Mossoró, com  o  sugestivo  título  "FORJARAM FATOS  NA  HISTÓRIA DE  MOSSORÓ"  em que desmitifiquei   fatos  supostamente históricos  elencados por  VINGT-UN  sobre  o  "MOTIM  DAS  MULHERES" e  sob  o  verdadeiro  motivo  que fez  com  que  o  então governador  DIX-SEPT  ROSADO  encetasse  a  viagem ao  Rio de Janeiro, então Capital  da  República, ou seja, que a  viagem  dera-se  em atendimento  a  um telegrama  enviado  pelo  Presidente  Getúlio  Vargas, que  pretendia  aparar  arestas existentes entre  DIX-SEPT  e  o  CAFÉ  FILHO, então  Vice-Presidente  da república.  Ressalte-se que o Dr. VINGT-UN nunca deixou de  saudar-me  quando  nos  encontrávamos.  Em que cofre estará escondida a carta do Cel. Francisco Pinto? Terá sido incinerada pelo Dr. Aldo  Fernandes, genro  de  Jerônimo  Rosado ?  Por que deram  sumiço a  essa  prova, que  paira  apenas como uma  referência metafórica  a  um segredo ?
Honório: há, em sua opinião, alguma relação entre o ataque a Apodi, feito por Massilon, e o ataque a Mossoró, no qual esse cangaceiro chefiava um dos subgrupos de Lampião?
Os interesses políticos e  pessoais  que  uniam JERÔNIMO  ROSADO, FELIPE GUERRA  e  seu cunhado  TILON GURGEL, somado  à  intrínseca participação  do seu genro Décio  Holanda, conduz  à certeza  de  que havia  um  consórcio em confidências íntimas  e  profundas. Delas se poderá até deduzir  que, nos  episódios  do  10 de Maio  de  1927  e  de  13 de Junho  do mesmo  ano, Jerônimo  e  Felipe  Guerra atuaram  como  espécies  de   mentores  com acentuadas  ascendências. As perspectivas de sucesso das nefastas empreitadas alegravam perversamente os seus espíritos.  Em sentido adverso a eles, os desígnios divinos anularam tamanha virulência em matéria de inveja  e  cobiça. Nuances que anularam seus princípios de homens públicos e anulam suas individualidades. Foram pródigos em protagonizarem distorções de caráter. A ânsia pelo poder fez com que perdessem inteiramente o contato  com  a  realidade.
Honório vc está escrevendo algum livro, atualmente?
Marcos:      Sim, estou em fase de conclusão  trabalho de  cunho  histórico/genealógico  com  o  título "SUBSÍDIOS  PARA  A  HISTÓRIA           FAMÍLIAS APODIENSES".

Marcos Pinto - HISTORIADOR APODIENSE.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

PASSAGEM DE ANO " Comemorações e Rituais"

Champanhe 

O Ano Novo ou Réveillon  é uma data em que comemoramos a passagem do ano e a chegada do novo ano, quando todas as esperanças são revigoradas, e as pessoas se enchem de expectativas de que muitas mudanças positivas irão ocorrer. Uns prometem parar de fumar, outros controlar as finanças, emagrecer, enfim, uma nova chance de começar de novo surge com a virada do ano e é por isso, que a comemoração é tão importante em diversas culturas, em todo o mundo. Saiba um pouco mais da história e curiosidades desta comemoração tão antiga, em termos mundiais.

Data e culturas:
A nossa cultura comemora o Ano Novo a meia noite do dia 31 de Dezembro, entrada do dia 1 de Janeiro, que é quando o novo ano se inicia. Entretanto, essa data já mudou várias vezes de dia, se firmando na maior parte das culturas mundiais, há 500 anos. Os Judaicos não seguem o mesmo calendário que a maior parte dos países, e o seu ano novo acontece no mês Tishrê, que equivale a meados de Setembro, para o nosso calendário.
Calendário Romano
O primeiro povo a determinar um dia fixo no calendário para a comemoração foram os romanos (em753 a.C. – 476 d.C.) O ano tinha início em 1º de março, mas, foi substituído em153 a. C. para 1º de janeiro e mantido no calendário juliano, seguido, em46 a. C. Em 1582, quando a Igreja adotou o calendário gregoriano,  através de determinação do Papa Gregório XIII, a data 1 de Janeiro se oficializou.
Para os chineses, festival mais importante do ano é o Novo Ano Chinês. A comemoração acontece entre 15 de Janeiro e 15 de Fevereiro, o que determina a data é a primeira lua nova depois do início do Inverno.
Fogos de Artifícios
Fogos de artifício, festa e roupa nova:Os fogos de artifícios, apitos, as festas com muito barulho, também são tradições antigas e toda esta agitação serve para espantar os maus espíritos. A tradição que inclui vestir roupa nova, também, já acontece há muitos anos, e significa renovação para o próximo ano. Tanto pular as sete ondas, quanto vestir branco é uma tradição herdada dos africanos.
Barquinhos
Comemorações e rituais
Cada cultura tem o seu jeito peculiar de comemorar a data. Comidas tradicionais são vistas nesta época do ano, inclusive as que fazem parte de rituais que trazem boa sorte para o novo ano. No Brasil, o tradicional gesto de pular as 7 ondas, na virada do ano é mantido em toda parte do país. A festa da comunidade Judaica Rosh Hashaná, tem o nome de “A festa das trombetas”, pois é tradicional tocar uma espécie de berrante, no dia da comemoração.

Créditos.
Imagens: Internet.
Texto: Mundo das Tribos.

FIM DE ANO


Vamos juntos viver dias melhores. Feliz Ano Novo!!!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

BIOGRAFIA DE ANTONIO FERREIRA PINTO - PATRONO DA ESCOLA ESTADUAL "FERREIRA PINTO".

(ANTONIO FERREIRA PINTO (1832-1909). GRANDE EXPRESSÃO POLÍTICA APODIENSE E A NÍVEL ESTADUAL,RECEBENDO DO LÍDER POLÍTICO POTIGUAR PEDRO VELHO (O IMPLANTADOR DO REGIME REPUBLICANO NO RN) A EXPRESSIVA CONSIDERAÇÃO E RESPEITO,TENDO ELENCADO O CEL. FERREIRA PINTO COMO UM DOS SEIS MELHORES AMIGOS NO RN.) 

        Nasceu  em  Apodi  a  25  de  Maio  de  1838, filho  legítimo  do  Capitão  Vicente  Ferreira  Pinto (0 2°)  e  de  dona  MARIA  CLARA  ALVES    CAVALCANTI.  Coronel  da  antiga  Guarda  Nacional  Imperial e  Chefe  político  no  município  de  Apodi.  Casou  em  primeira  núpcias  a  05  de  Abril  de  1860, com  sua  parente  em grau  remoto  dona  MARIA  LUIZA  DE  SÃO  BRAZ  BELTRÃO, que faleceu  a  08 de  Dezembro  de  1864, deixando  dois  filhos  órfãos:  Antonio  Ferreira  Pinto  Filho (Tonico)  e  Miguel  Ferreira  Pinto, que  por  sua  vez  foi  pai  de  Alice  Pinto, dentre  outros  filhos.  Casou  em segunda  núpcias  com  sua  prima  CLAUDINA  MARIA  DE  OLIVEIRA  NEVES, que  passou  a  assinar-se  como  CLAUDINA  PINTO, dedicada  parteira, que  não  media  esforços  para  atender  aos  diversos  chamados  para  realização  de  partos, fosse  em  qualquer hora  do dia  ou  da  noite, daí  seu  honrado  nome  ter  sido  o  escolhido  como  Patrona  da  Maternidade  da  cidade  de  Apodi.  CLAUDINA  PINTO  faleceu  em  Apodi  a  31  de  Agosto  de  1902, deixando  uma  prole  de  12  filhos.
        Exercia  relevante  influência  no  cenário  político  estadual, onde  era  conhecido  como  CORONEL  FERREIRA  PINTO, tendo  sido  eleito  Presidente  da  Intendência  Municipal  de  Apodi (Equivalente ao atual  de  Prefeito)  e  eleito  cinco  vezes  para  mandatos  de  Deputado  Estadual, no  período  de  1895  a  1909, tendo  sido  sucedido  pelo  filho  o  Coronel  João  de  Brito  Ferreira  Pinto.  Desde  moço, FERREIRA  PINTO  dedicou-se  à  vida  comercial, na  qual  conseguiu  uma  regular  fortuna, exercendo  também  cargos  de   nomeação  e  eleição:  Delegado  de  Polícia, Presidente  da  Comissão de  Socorros, e  Deputado  Estadual.  Espírito alegre  e  folgazão, inteligente  e  bondoso, FERREIRA  PINTO  sabia  granjear  estima, contando  com  inúmeros  amigos, não  só  em  Apodi, com  na capital  e  outros  municípios  do  Estado.
(CEL. ANTONIO FERREIRA PINTO E SUA SEGUNDA ESPOSA D. CLAUDINA PINTO. FOTO DO SÉC. XIX. )

         A  feição  patriarcal  do  Coronel  FERREIRA  PINTO  é  atestada  na  sua  conduta   exemplar  de chefe de  família, deixando  uma  descendência  numerosa.  Alguns  dos  seus  filhos  tiveram  a  mesma  vocação  política, e  a  maioria  dedicou-se  ao  comércio, enquanto  outros  se  davam  às  lides  do  campo. Por  longos  anos, na  qualidade  de  representante  das  forças  políticas  do  Apodi, foi  um  dos  nomes  de  maior  projeção  política  nas  fileias  do  velho  Partido  Republicano  Federal  no  Rio  Grande  do Norte. Sua  posição partidária  e  o  potencial  político  do seu  município  surgiam  nas  deliberações  mais  importantes  da  agremiação  majoritária  onde, pesavam, consideravelmente, bastando  para  atestá-lo, as  palavras  do  próprio  Chefe    Republicano  no  RN  Dr.  Pedro  Velho, e  as  atenções  com  que  o distinguiram  os seus  continuadores  no  exercício do  poder, entre  outros  os  governadores  Alberto  Maranhão  e  Joaquim  Ferreira  Chaves.  Durante  os    seus  mandatos  no  legislativo  estadual, empenhou-se  arduamente  para  nomeação  de  professores  para  atuarem  na  então  escola  de  primeiras  letras  da  então  Vila  e  cidade  de  Apodi, cuja  extensão  territorial  englobava  os  atuais  municípios  de  Itáu  e  Felipe  Guerra, para  onde  conseguiu  nomeação de  professores.
(Na foto ALUNOS DO GRUPO ESCOLAR "FERREIRA PINTO" da esquerda pra direita em pé: Berim, Zé de enedina, José de Guilherme, Nelson de Maria Luca, Guri, Egidio Martins, Gato de Inês, Vicente Beltrão o próximo não identificado. Sentados da esquerda pra direita começando na fila do meio: Airton, Jorge, João de João Tito, Nilton de Alfredo, Ernesto, fila da frente da esquerda pra direita: José de Paulino, Francisco, Aurino, Cocô, Professora Maria de Lurdes, Zé de Golinha, Francisco Sizenando (Chavinha), Chareu Briza e Lalá de Adolfina)



          Em  10 de  Janeiro  de  1912  era  efusivamente  inaugurado  o  Grupo  Escolar  "Ferreira  Pinto", em  prédio  adaptado  para  o seu  funcionamento, cujo  prédio  situava-se  no  terreno  onde  hoje  encontra-se  edificada  a  CASA  DE  CULTURA  POPULAR  HISTORIADOR  WALTER  DE  BRITO  GUERRA.  O  primeiro  Diretor  do  Grupo  Escolar  recém-inaugurado  foi  o  Professor  Lourenço Gurgel  de  Oliveira, que  dirigiu  e  lecionou  nesta  escola  até  o  ano de  1919.   Nas  décadas  de  1930, 1940  e  1950   exerceram  o  magistério  os  abnegados  professores  Raimundo  Reginaldo  da  Rocha,as  irmãs  Hilda  Lopes, Deoclécia  Lopes  e  Valdemira  Lopes (Mãe  de  Zé  Cabral, dos  Correios  e  Telégrafos) João  Batista  Dantas, João  Batista  Guerra (irmão  do  historiador  Walter  Guerra, e que foi  governador nomeado  no  Território  de  Roraima) Raimundo  Nonato da Silva, que  depois  foi  Juiz  de  Direito  da  Comarca  de Apodi, Joaquim  Soares, João  Jacinto  de  Oliveira, Antonia  Filgueira,  Maria  do  Carmo  Maia, esposa  do  farmacêutico  e  intelectual  polivalente  Francisco  Holanda  Cavalcanti (Nenen  Holanda), e dona  Urcesina  Moura, cearense  que  veio  a  casar  com  o  Apodiense  Raimundo  Cantídio  de  Oliveira  e  que  foram os  pais  do  médico  Walter  Cantídio  de  Oliveira,  que  foi  Reitor  da  UFC  e  criador  do  Curso  de  Medicina  daquela  instituição  universitária.
           A  solenidade  de  inauguração  do  GRUPO  ESCOLAR  FERREIRA  PINTO  foi  bastante  concorrida, contando  com  as  ilustres  presenças  do  Dr. José  Augusto  Bezerra  de  Medeiros,  representando  o  governador  do Estado, do  Dr.  Ortulano  de  Abreu, Juiz  de  Direito  da  Comarca  do  Apodi, e  dos Coronéis  João  de  Brito  Ferreira  Pinto, então  Deputado  Estadual, e do  Coronel  João  Jázimo  Pinto

Por Marcos Pinto - HISTORIADOR APODIENSE.

Descaso do governo do Rio Grande do Norte! "Há mais de 2 anos a construção de poços Amazonas encontram-se paralisadas"

           

Após a enchente ocorrida em 2008, a governadora Wilma de Farias juntamente com Iberê,   iniciaram a construção de cerca de 54 poços Amazonas no município de Apodi. Como forma de amenizar o sofrimento e as perdas dos agricultores do vale do Apodi , no entanto, o sonho de acesso a água se tornou um pesadelo, pois, após a transição para governo  de Rosalba  as obras foram paralisadas e até o presente momento nada foi feito para conclusão os poços. Isso pode ser tido como uma falta de compromisso, pois, recursos públicos foram empregado e não está beneficiando a população. Impossibilitando a produção agrícola, "Queremos a conclusão dos Poços, pois só teremos condições de produzir se tivermos acesso a água ". Temos potencial para produzir só falta Acesso a água.Por favor governantes lembrem-se que somos brasileiros pagamos nossos impostos e por isso temos nossos direitos!!!!!!! 
Por: Bebé Gama 
Contato: 
91048311

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

COLONIZAÇÃO E POVOAMENTO DO APODI (II) CURRALEIROS VERSUS GENTIO INDÍGENA.

 Nos  primeiros  tempos  de  colonização  européia  no  RN, via  Bahia (Região do  rio São Francisco)  e  Pernambuco, a  região  do Apodi  não  apresentou  efetiva  ocupação  territorial, tendo  em  vista  a  forte  resistência  indígena  e  as  barreiras  naturais    que  dificultavam  o  acesso.  Foram  duas  as  correntes de  povoamento  do  Apodi:  A  primeira  veio  de  Pernambuco, passando  pela  Paraíba, de  onde  desciam  pela  antiga  "Estrada  Real",  que  demandava  para  a  região  jaguaribana. Manoel  Nogueira  seguiu  o  trajeto  desta primeira  corrente.  A  segunda  veio  pela  região  do  Assu, onde  no  ano  de  1686  ficou  aquartelado  o  famoso  "TERÇO  DOS  PAULISTAS", comandado  pelo  octogenário  Manuel  de  Abreu  Soares. 
                    No  livro  de  REGISTRO  DAS  SESMARIAS  DO  RN, consta  a  concessão  de  Carta  de  Data  de  Sesmaria  concedida  em 19  de  Fevereiro  de  1680  a   Manoel  Nogueira  Ferreira, João  Nogueira Ferreira, Antonia de  Freitas Nogueira, e  seus  companheiros/requerentes   Domingos  Martins  Pereira, Capitão  Bartolomeu  Nabo  Correia, Alferes  Gonçalo  Pires  de  Gusmão, Capitão  Luis  Braz  Bezerra, Capitão  Luiz  Antunes  de Farias  e  Manoel  Roiz  da  Costa, cuja  concessão  doava  três  léguas  de  terras  à  cada  requerente, cujas  terras  englobavam  os  rios  "Piranhas"  e  "Guaxinim", na  região  do  Assu.  Conforme  consta  no mesmo  livro  de  sesmaria, estes  requerentes  desistiram  de  povoarem  as  terras  que  lhes  foram  concedidas, no  mesmo  ano.  Ocorre  que, já  no  dia  19  de  Abril  de  1680  Manoel  Nogueira  e  estes  mesmos  companheiros  recebem  a  concessão  em  Apodi, que  os  índios  denominavam  apenas de  "Pody".  Diante  este  cenário, resta  a  indagação:  Teria  Manoel  Nogueira  e  seus  irmãos  e  demais  requerentes  estado  na  região  do  Assu  antes  de  aportarem  em  Apodi ?  No  requerimento  dão  a  entender  que  sim, conforme  afirmam: "...Pela  qual  razão  querem  povoar  nesse  sertão  e tem  dado  combate  aos tapuias  para  lhes  mostrar  onde  há  terras  desaproveitadas....querem  povoar  ainda  que  seja  com  risco  de  suas  pessoas  e  fazendas, por serem  paragens  ermas  e  despovoadas, donde  os  antigos  nunca se  atreveram  a  povoar...".   Observe-se  que  também  era  comum  o  fato  de  que  dois  ou  três  bravos  colonizadores  exploravam  as  terras  e  quando  as  requeriam  acrescentavam  nomes  de  amigos  e  parentes, para  açambarcarem  vastas  extensões  de  terras,  que  deram  origem  aos  latifúndios.
A  verdade  é  que  o  bravo  MANOEL  NOGUEIRA  e  família, acompanhados  por  alguns escravos  tiveram  uma  vida  de  correrias  e  tropelias, no  enfrentamento  da  indiada  rebelde.  Davam, apanhavam, iam  embora, retornavam, sendo  certo  que  só  tiveram  uma  certa  tranquilidade  quando  o  famoso  "TERÇO DOS  PAULISTAS"  fez  uma  longa  incursão  até  a  lagoa  Pody, no ano de  1689, conforme  afirma  o  celebrado  e  respeitado  historiador  brasileiro  ERNESTO  ENES, no volume  127  da  Coleção "Brasiliana": "...Pedro de  Albuquerque  Câmara, Bernardo  Vieira  de  Melo, Valentim  Tavares  Cabral  e  Agostinho  César  de Andrade  tomaram  parte  na  marcha  que se  fez  do  Olho  d'água  aos  rios  paneminha  e  panema  grande, até  a  lagoa  Pody.  No  combate da  lagoa  do  Apody  estiveram  outros  soldados  como  João  do  Monte" . Vide (pág. 409)  e  Luiz da Silveira  Pimentel (pág. 269).
                A  saga  dos  NOGUEIRA  teve  início  em  1680, continuando  até  o  dia  11  de  Junho de  1685, quando  retornaram  à  Paraíba  em busca  de  recursos, a  fim  de darem  continuidade  aos  trabalhos  de  exploração  do  novo  território. Em  17  de  Novembro de  1688  ocorreu  o  famoso  embate  entre  a  família  NOGUEIRA  e  os  índios  Paiins, na  margem  da  lagoa  do  "Apanha-Peixe", onde  tombaram  mortos  os bravos  João  Nogueira  e Balthazar  Nogueira, forçando  o  grupo  familiar  a  debandarem  em  fuga  para  a  região  jaguaribana, no  Ceará.  A  indômita  ANTONIA  DE  FREITAS  NOGUEIRA, que  chegara  ao  Apodi  em  estado  de  viuvez, casou  no  ano  seguinte - 1681, com  o  português  Manuel  de  Carvalho  Tinoco, sendo  certo  que  em um  dos  livros  de  registro  de  batizados  constante  do  acervo da  Igreja-Matriz  de  N. Sra.  da  Apresentação, da  cidade  de  Natal, consta  a  presença  deste  casal  residindo  nas  imediações  de  Natal, em  São  Gonçalo  do  Potengi, onde  Antonia  de  Freitas  batizou  cinco  filhos, no  período  1695  a  1706.
 Quando  o  Sargento-Mór  de  Entradas  MANOEL  NOGUEIRA  faleceu  em  sua  fazenda  "Outeiro"(Onde hoje é o "Quadro da Rua")  em  17  de  Janeiro de  1715, toda  a  várzea  do  Apody, do  sítio "Boqueirão" aos  sítios  "Santa  Rosa"  e  "Santa  Cruz"  já  estava  de posse  e  domínio  de componentes  de  sua  família  -  filhos, cunhados  e parentes  afins. Foram  os  primeiros  curraleiros.  Os  índios  do  Apodi, que no início  da  colonização  "fervilhavam  como  formigas"  nas  margens  da  lagoa  Itaú (Depois lago  Pody, e  lagoa  Apody)  e  dos rios  Panema  Grande (Depois  rio  Apody)  e  Paneminha (Depois  rio  Umary), sempre  foram  alvos  da  sanha  dos  conquistadores  e  dos  aventureiros, que  não  sossegaram  enquanto  não  eliminaram  ou  segregaram  o  último  sobrevivente  dessa  raça  nativa.
ÍNDIO TAPUIA PAIACUS(Pintura de Eckhout Ano-1641)
 TAPUIA PAIACUS - ÍNDIOS ANTROPÓFAGOS
(Segundo o Historiador Marcos Pinto,
essas pintura poderiam terem sido pintadas pelo grande pintor
holandês  Alberto van der Eckhout  ao redor da lagoa do Apodi no ano de 1641)
O  GENTIO  INDÍGENA  da  região  do  Apodi  era  constituído  de  05  etnias  e  uma  nação:  Tapuias  paiacus, Paiins, Icós, Icosinhos, Janduís  ou  Janduins, e  Canindés ,  da  nação  Tarairiús,  distribuídas  em  várias  tribos  e  malocas  ao  longo  do  território  apodiense.  O  criatório  de  gado  bovino  consistiu  na  primeira  atividade  econômica  do  Apodi, tendo  sido  o  principal  argumento constante  dos  requerimentos  das  famosas  "Datas  de  Sesmarias",  quando  alegavam  que  precisavam  situar  seu  rebanho  bovino, ou que  já  se  achava  com  seus  currais  instalados  nas  terras  requeridas.  De  um  lado  os  índios  eram  acossados  pelos sesmeiros/curraleiros,  exploradores  que,  muito  bem  armados, promoviam  a  guerra  para  expulsá-los  dos seus  territórios, e  vender  os  prisioneiros  aos  fazendeiros  e senhores  de  engenho  de  Pernambuco  e da  Bahia.  Do  outro  lado, eram  subjugados  à  ação  nefasta  dos  padres  e  dos  seus  colaboradores,  que  no  afã  de  impor  a  língua  portuguesa  e  difundir  a  religião  católica, ao tempo  em  que  lhes  ofereciam  proteção, desestruturavam  as  bases  de  sua  cultura,  tanto  do  ponto  de  vista  material  como  espiritual, transmitindo-lhes  ensinamentos  de  obediência  a  um  Deus  diferente  dos seus  -  que  não  permitia  a  nudez, a  poligamia,  a  selvageria, a  antropofagia  e  outras  práticas  por  eles  adotadas  -  e  ao  colonizador, que  nunca  os  entendeu  e sempre  os  perseguiu.

Por Marcos pinto - Historiador apodiense. 

domingo, 11 de dezembro de 2011

LUGARES E FENÔMENOS ESTRANHOS DO NOSSO PLANETA


Darvaz (Entrada Para o Inferno)
Lindo e assustador este imenso buraco no solo situado em Darvaz, no Turcomenistão é o resultado de uma perfuração de gás iniciada há 30 anos atrás. Assim que perfuraram alguns metros do solo, surgiu uma gigantesca caverna subterrânea. A caverna estava emanando um tipo de gas desconhecido. Eles se alarmaram com medo do estranho gás ser venenoso e então a companhia de perfuração resolveu colocar fogo no gás da caverna antes de proceder com a perfuração. O buraco está queimando desde então.

Plitvice Lakes
 Um lugar tão bonito que nem parece a Terra
Plitvice Lakes fica na Croácia e é um parque nacional formado por cerca de 16 lagos e dezenas de cachoeiras maravilhosas. Certamente este é um dos lugares mais bonitos que existem. Pensar em “Jardim do Éden”, é pensar em Plitvice Lakes.
Sua formação geológica formada pelo carbonato de cálcio colore a água, produzindo uma miríade de lagos azul turquesa, cercados por uma exuberante flora.

                                                                    Rio Tinto – Espanha

As minas gigantes, a céu aberto, do Rio Tinto, criam um ambiente surreal, transformando a paisagem em algo similar ao que veríamos na Lua, por exemplo. O crescimento do rio não consumiu apenas montanhas e vales, mas adentrou terras de vilas. O rio teve seu nome tirado da cor de suas águas, praticamente vermelhas e extremamente ácidas (com pH variando entre 1.7 e 2.5), ricas em metais.

                                                  Corrego do Sangue Quente – Japão
O Córrego do Sangue Quente é um dos “infernos” (jigoku) de Beppu, no Japão. Nove espetaculares termas que são mais “para ver” do que para tomar banho. A paisagem inclui um lago de água vermelha e quente, colorida pelo ferro presente no líquido. O Sangue Quente foi eleito o mais fotogênico dos “infernos”

                                                            Vales Secos – Antártica
A região Vales Secos da Antártica, de acordo com os cientistas, é a área na Terra mais parecida com o que seria uma paisagem de Marte. A região quase nunca tem neve e, exceto por algumas planícies rochosas, é a única parte continental da Antártica que não é formada de gelo. O chão dos vales apresenta alguns lagos permanentemente congelados, com vários metros de grossura e, sob esse gelo, vivem alguns organismos extremamente simples, que são objetos de estudo.

                                                        Ilha Socotra – Oceano Índico
Essa ilha simplesmente dispensa qualquer noção do que é considerado “normal” para uma paisagem terrestre. Se você acordasse lá, provavelmente pensaria que está em outro planeta ou, pelo menos, em alguma era remota. Socotra é parte de um arquipélago que ficou geograficamente isolado da África há 6 ou 7 milhões de anos. Como as ilhas Galápagos, possui cerca de 700 espécies raras e muito diferentes. O clima é árido, e mesmo assim lá estão exemplares incríveis de plantas – algumas espécies não apresentaram variações nos últimos 20 milhões de anos.

Maré Vermelha
As Marés Vermelhas são formadas pelo súbito aumento do fluxo de algas de cor única, que podem converter uma parte da água em uma cor vermelha sangue. Embora fenômenos desta natureza sejam relativamente inofensivos, alguns podem ser mortais, causando a morte de peixes, aves e mamíferos marinhos. Em alguns casos, até mesmo os seres humanos podem ser afetados, embora a exposição humana não seja conhecida por ser fatal.

Aurora Austral e Boreal
Fenômeno ótico comum nas regiões próximas aos pólos, as auroras boreais (no pólo Norte) e austrais (Sul) levam ao céu um brilho intenso e, por vezes, colorido. As auroras ocorrem basicamente devido a dois fenômenos da natureza, de acordo com o físico Sílvio Dahmen: a existência de um campo magnético na Terra e o vento solar.

                                                                 Nuvens Mammatus
Aparentemente assustadoras, as nuvens Mammatus também são mensageiras de tempestades e outros eventos meteorológicos extremos. Normalmente compostas de gelo, elas podem se estender por centenas de quilômetros em vários sentidos e formações, permanecendo visíveis e estáticas entre 10 minutos e 1 hora. Embora pareçam portadoras de más notícias, elas são apenas mensageiras, aparecendo antes e/ou depois de uma grande mudança meteorológica.

                                                             Pedras que se movem
Até hoje ninguém conseguiu explicar o porque deste fenômeno natural, misteriosamente, pedras de centenas de quilos deslocam-se do seu ponto de origem pelo deserto de Death Valley. Alguns pesquisadores atribuem tal fenômeno ventos fortes e à superfície gelada, Mas esta teoria não explica porque as pedras se movem juntas, em ritmo, sentido e direções diferentes. Além disso, cálculos matemáticos precisos não apóiam completamente esta teoria.

                                                                       Pamukkale
Pamukkale (“castelo de algodão”, em turco) é um conjunto de piscinas termais de origem calcária que com o passar dos séculos formaram bacias gigantescas de água que descem em cascata numa colina, situado próximo a Denizli, na Turquia. A formação do Pamukkale deve-se aos locais térmicos quentes por baixo do monte que provocam o derrame de carbonato de cálcio, que depois solidifica como mármore travertino. Foi declarado Património Mundial da UNESCO juntamente com Hierápolis em 1988.

                                                            Barreira de Corais – Austrália
A Grande Barreira de Coral é o maior recife de coral do mundo, com uma extensão de cerca de 2300 km, situada junto à costa nordeste do estado australiano de Queensland.
A Grande Barreira de Coral é composta por cerca de 2900 recifes, 600 ilhas continentais e 300 atóis de coral. Neste ecossistema complexo vivem em torno de 1500 espécies de peixe, 360 espécies de coral, 5000 a 8000 espécies de moluscos, 400 a 500 espécies de algas marinhas, 1330 espécies de crustáceos e mais de 800 espécies de
equinodermes.

                                                                 Capadocia – Turquia
Capadócia – uma das regiões mais impressionantes do planeta, repleta de formações vulcânicas espetaculares que brotam do meio do deserto e verdadeiras cidades subterrâneas, construídas pelos hititas no interior das grutas da região, para serem utilizadas como esconderijo. Essa região serviu de abrigo para os primeiros cristãos da Turquia.

                                                       Cano CristalesColombia
Cano Cristales é um rio da Colômbia , que está localizado na Sierra de la Macarena , no município de mesmo nome , no departamento de Meta .
O rio tem sido chamado de Cano
Cristales ou até mesmo o rio mais bonito do mundo , porque no fundo das algas são produzidas cores como vermelho, amarelo, verde e azul cor principalmente, dando a aparência rio.

                                                     Giant Crystal Caves – México
A mina de Naica no México é conhecida pelos seus cristais extraordinários. Em grutas gigantes os exploradores encontraram cristais de selenite com um metro de diâmetro e quinze metros de comprimento. Conhecida como a Gruta dos Cristais Gigantes, encontra-se a 305 metros de profundidade. Os cristais são resultado da emanação hidrotérmica das camadas magmáticas inferiores.