domingo, 25 de setembro de 2011

SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DA TOPONÍMIA APODIENSE - "BAIXA DO MURIÇO E AÇUDE DO MURIÇO".


O  estudo  da  toponímia   deriva  de  trabalho  investigativo  em  documentos  oficiais, tais  como  inventários, relatórios  topográficos, escrituras  públicas  e  particulares, além  de  também  consubstanciar-se  na tradição  oral, que  transmite informações  históricas  de  geração  à geração.  É  bem  verdade que  a tradição  oral, nas  mais  das  vezes, fixa  na  memória  popular fatos  totalmente  divorciados  do  cunho  da  verdade  histórica.  As  denominações  toponímicas  estão  sempre  ligadas   à  imagens recorrentes,  fixadas  pelo  homem  em  sua  inter-relação  com  o  ambiente  que  escolheu  para  fixar  moradia.  Partindo  deste  contexto, adentremos  na  história  da  BAIXA  DO  MURIÇO  e   AÇUDE  DO  MURIÇO.
Assim  como  o  humilde  agricultor  denomina de  Lagoa  do  "Quelementino", empregando  a  corruptela  do  nome  Clementino, também  deu  origem  a  mais  uma  corruptela  popular, quando  denominou  a  segunda  baixa  ou  declive, de  quem  desce  a  serra  de Apodi  pela  BR  405, como "BAIXA  DO  MURIÇO", cujo  nome  "Muriço"  deriva  do  nome  do  Sr.FCO  MAURÍCIO  FERNANDES,  natural  do  sítio  "Caatinga", em  Caraúbas-RN.  Maurício, ou  "Muriço"  chegou  em  Apodi  no  ano  de  1930, onde  casou  com  JOANA
ANGELINA LEITE, filha  de  Maria  Baralho, a  quem  pertencia  ditas  terras  compradas  por  "Muriço", que  casou  em segunda  núpcias,por viuvez, com  a  Sra. MARIA  COSTA, nascida  no sítio  "Santa  Rosa".  O  velho  "Muriço"  era  compadre  do  maior  caçador  de  nambús  do  Apodi  o  Sr. Euclides  Costa, residente  na  rua  Marechal  Floriano.
 Nas  terras  que  compreendem  a  "Baixa  do  Muriço"  encontra-se  instalado  o  posto  de  combustíveis  do  Sr. Luizinho  de  Lucas  de  Bréu (Bebel), observando-se  um  pequeno  açude  em  suas  imediações, situada  na  margem  da  BR-405. Esse pequeno  açude  teve  sua  origem  no  ano  1948, quando  foi  feita  a  estrada  de  rodagem  ligando  Apodi  à  Mossoró, tendo sido feito serviço  de  aterro  naquele  trecho, sendo  certo  que  tal  aterramento  fez  com  que  a  estrada  servisse  como  parede  de  açude. Antes
da  estrada  ter  sido  feita, esta  baixa  do  velho  "Muriço"  dava  passagem  a  parte  das  águas  pluviais  que desciam  da  serra, o  que dificultava  o  trânsito  de  veículos, formando  atoleiros.  Há  um  fator  preocupante  nesta  famosa  "Baixa  do  Muriço", que  é  o aterramento  feito  pela  Prefeitura  do Apodi, dentro  do  leito  do  açude, em  cujo  aterramento  está sendo  feita  pavimentação  com  paralelepípedos.  Com  certeza, durante  o  período  invernoso  haverá  sérios  transtornos  para  as  casas  que se  situam  naquele  entorno  do  "açude  do  Muriço", posto que  diminuirá o spaço por onde as águas  invernais  fluíam. Do  primeiro  casamento  do  velho  "Muriço"  nasceram  os  filhos  Francisco  Fernandes  Neto (Chico de  Muriço), residente  em  Mossoró; João  Maurício (João de Muriço); Raimundo de Muriço;  Maria, Nestor, José e Luzia.Do segundo consórcio nasceram os filhos  Manuel  (Baduca), Antonio, Raimunda  e  Mimosa. Em1955 o Sr."Muriço" vendeu ditas terras ao Sr. Izauro Camilo,ex-prefeito de Apodi.A "Baixa do Muriço" e "Açude do Muriço" são dois topônimos que desapareceram   nas  cinzas do tempo. 

Por Marcos Pinto

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA.


COOPERATIVA POTIGUAR DE APICULTURA E DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL  - COOPAPI
Rua Sebastião Sizenando, 263, Centro, Apodi –RN CEP: 59700-000 CNPJ: 06.881.068/0001-03 
E-mail: coopapirn@hotmail.com Site: www.coopapi.com.br Tel: (84) 3333-9582

   Pelo presente Edital, ficam convocados, nos termos da Legislação Vigente e dos Estatutos Sociais desta Entidade, todos os cooperados quites e no gozo de seus direitos sociais, para participarem de uma ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA, que, realizar-se-á, em primeira convocação, às 08:00 horas, do dia 05 do mês de outubro de 2011, no Prédio da Central de Comercialização da Castanha, próximo ao terreno da Secretaria Municipal de Agricultura, (Fazenda Santana), APODI/RN. Consoante determinação estatutária caso não seja atingido o número legal para instalação em primeira convocação será realizada Assembléia em segunda convocação uma (1) hora após a primeira com a presença mínima de 50 (cinqüenta por cento) mais um dos cooperados e em terceira (3ª) e última convocação uma (1) hora após a segunda (2ª) com a presença mínima de dez (10) cooperados, todas no mesmo local e dia, objetivando discutir a seguinte ordem do dia: 

1) - Andamento dos projetos da cajucultura do RN; 
2) - Inauguração de Central de Comercialização; 
3) - Compra de castanha 2011; 
4) - Outros assuntos do interesse da categoria. 

Apodi/RN, 20 de setembro de 2011. 

Fátima de Lima Torres 
Presidente. 

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DA TOPONÍMIA APODIENSE - "BAIXA DO VELHO OLEGÁRIO".


A  história  da  toponímia  Apodiense  traz  em  seu  bojo  um  intrincado  campo  de  interrogações  quanto  às  origens  referenciais  atribuídas  a  pessoas, lugares  e  coisas.  Neste  contexto, adentremos  a  história  da  antiga  "BAIXA  DO VELHO  OLEGÁRIO", denominação  que  só  perdura  na  memória  dos  que  já  atingem  a  idade  de  05  lustros (Cada lustro equivale  a  15 anos).  Esta  baixa  começa  no  sopé  da  ladeira  de Apodi, cortada  pela  BR-405,em   cuja  gleba  de  terras  encontra-se  atualmente  instalada a  fonte de  água  mineral  denominada  de  "Cristalina do  Oeste". Este  topônimo  perdurou  até  a  década  de  1950, sendo  totalmente  desconhecido atualmente.   Recebeu  a  denominação  popular  de  "BAIXA  DO VELHO  OLEGÁRIO", em  decorrência  do  seguinte  fato: No  ano  de 1950   chegou  em  Apodi  o  Sr.  OLEGÁRIO  INOCÊNCIO  DE  MEDEIROS, vindo  dos  sertões  do  Seridó, onde  nasceu  na  fazenda  "  Do-minga"  do  município  de  Caicó, primitivo  feudo  territorial  da  famosa  família  MEDEIROS, com  origem  em  Portugal.  OLEGÁRIO era filho  legítimo  de  Manoel  Inocêncio  de  Medeiros  e  de  Mariana  Maria  de  Medeiros. Casou  com  sua  prima  em  primeiro  grau  civil duplicado, conhecido  como  "Prima  carnal", VIRGÍNIA  VIRGÍLIA  DE  MEDEIROS. Ao   chegar  em  Apodi, de  imediato  comprou  pequenas  glebas  de  terras, anexas  umas  às  outras, aos  Srs. Felizardo  e   Júlio  Jagunço, sendo  certo  que  este  Júlio  recebera  o  apelido  de  "jagunço"  por ter  sido  um  dos  muitos  fanáticos romeiros   do  famoso  Padre  Cícero  Romão  Batista, e  ter  residido  na fazenda  do  mesmo  Padre  Cícero,cuja  fazenda  recebera  a  denominação  de  "CALDEIRÃO" em  cujas  terras  se estabeleceu  o  famoso  Beato  José  Lourenço  à  frente  de  uma  comunidade  rural  religiosa  formada  por  ele.  Segundo  familiares  do  Sr. JÚLIO JAGUNÇO, o mesmo chegara em Apodi no ano de 1936, fugindo da perseguição  empreendida  pelo  governo  do  Ceará  às  pessoas  conhecidas  como  "Jagunços  do  Caldeirão". Viera  acompanhado   por uma  irmã  de  nome  Júlia  e  de  um  irmão  por  nome  Manoel  Jagunço.  Em  Setembro  de  1936  houve  o  primeiro  movimento  de  repressão  à  "Comunidade  do  Caldeirão". Daí   o  motivo  do  êxodo  dos  irmãos  "Jagunços"  para  o  Apodi, acompanhando  muitos  Apodienses  que  tinha  ido  para  a  fazenda  "Caldeirão"  e  que  foram  resgatados  naquele  rincão  cearense  em  um  caminhão  do  coronel  Lucas  Pinto, que  acolheu-os  na  volta,  protegendo-os  de  possíveis  perseguições  da  polícia  cearense. A  brutal  repressão  aos  infelizes  camponeses/romeiros  da  fazenda  "Caldeirão"  deu-se  no  dia  12  de  Maio  de  1937, quando  aviões  sobrevoaram  a  fazenda, metralhando  e  soltando  granadas  sobre  os  casebres  dos  camponeses, fazendo  um número  desconhecido  de  vítimas.   Foi  um genocídio  bárbaro. Homens, mulheres  e  crianças  foram  covardemente  chacinados,atingidos por granadas  atiradas  dos aviões,   acrescidos  aos  tiros  e  baionetas  dos  mais de  200  homens  do  1º  Batalhão  de  combate  da  Força  Pública  do  Ceará, que de  forma  ensandecida  atacaram  a  fazenda  "Caldeirão".  As  mortes  foram tantas  que  os  cadáveres  eram  enterrados  em  valas  coletivas  ou  empilhados, para  serem  incinerados  com  gasolina, numa  grande  fogueira. É  desconhecido  até  hoje  o  número  de  vítimas  do  massacre. Especula-se, entretanto, um  número  entre  300 a  1.000  mortes. (FONTE: Vide  livro  "PRECEDENTES  E  VERDADES  HISTÓRICAS  -  PARTICIPAÇÃO  DO  NORDESTE  NA  LUTA  DO  POVO  BRASILEIRO" -   Autor: Rubens  Coelho - FVR/ Coleção  Mossoroense - Série  C - Vol. 1492 - Outubro de  2005). A  informação  quanto  à  terra  de  origem  dos  irmãos  Jagunço  nos  foi  transmitida  pelo  Antonio  José de  Andrade, popularmente  conhecido  como  Sêo  Antonio  Broca, que  tem  um  filho  casado  com  uma  neta  do  Sr. Manoel  Jagunço, que  foi  o  único  que  ficou  em  Apodi, tendo  os  dois  irmãos  Júlia  e  Júlio  Jagunço  retornado  para  o  Ceará.  Dos  filhos  do  VELHO  OLEGÁRIO,  somente  o  filho  de  nome  GERALDO  OLEGÁRIO  reside  em  Apodi,  onde  constituiu  família. Sêo  Olegário  e  demais  filhos  retornaram  para  o  Seridó.

Por Marcos Pinto.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DA PARÓQUIA DE APODI (III) - AS VISITAÇÕES PASTORAIS.


    Dentre  os  eventos  ecumênicos, as  visitações  pastorais  assumem  papel  de  acentuada  relevância e  influência  junto às  populações  sertanejas, consolidando  o  imprescindível  processo  interativo  Igreja-povo.  Emblemáticos, os  padres  visitadores realizavam um  trabalho  missionário  denominado  de  "DESOBRIGA", que  constituíam-se  em  verdadeiras  cruzadas, e  tinham um  papel civilizador. Com  essas  visitações, os  padres  criavam  vínculos  espirituais, estabelecendo  relações  de  compromisso  entre  a  Igreja    e comunidades, que, muitas  vezes, estas  não tinham em  relação ao  Estado, enquanto  poder. O  papel  preponderante  das  visitações  eram  as  "Desobrigas" (Hoje quase em desuso) que os  missionários  faziam
em  princípio  de  cada  ano  aos  locais  mais  remotos do  sertão, levando os  sacramentos  às  populações  que  não  dispunham  de  assistência  religiosa  regular, devido  ao  próprio  isolamento  em  que  viviam  ou  à  ausência  de  padres  na  região.  O  nome  "Desobriga  refere-se ao  antigo  preceito da  Igreja  de  que  o  católico  é obrigado  ao  menos  uma  vez  por  ano, a  confessar-se  e  comungar. Nas  DESOBRIGAS, além  de  celebrar  missa, o  padre fazia  confissões, batizados  e  casamentos  em  grande  quantidade. Os padres  missionários, quando  chegavam  às  Vilas, lugarejos  distantes, opara  os  trabalhos da  DESOBRIGA, eram  hospedados nas casas  dos moradores, num  quarto  reservado  especialmente  para  eles. Essas  DESOBRIGAS/VISITAÇÕES  eram  objeto de  minuciosos  relatórios, descrevendo  fatos  que  revelavam  a  intensidade  com que  essas  experiências  foram  vividas. Representavam  o  encontro do universal  com  o  provinciano. Ao mesmo tempo, são  relatórios  reveladores  da  maneira  como  as  transforma (As desobrigas) em  linguagem  oral. Observa-se, nestes  relatórios,  uma  forte  presença  de  um  descrever  explicativo, cuja  característica  dominante  é  o  inusitado, o  surpreendente, o  incomum  da  experiência  vivenciada.  O tropo  linguístico  que  predominava  nos  relatórios  era  a  metonímia, bastante  distinta  do  narrar  popular, em que  um  tom  épico  está  constantemente  presente, realçado  pelo  uso  de  metáforas  e  ironias.
                             Algumas  vezes, observa-se nos  ditos  relatórios, que  os  PADRES  VISITADORES  de   antigas  marcas, criavam  em  seus  relatos  uma série de  quadros  representativos  do  passado  como  memória, estabelecendo  uma  proximidade  com  os  Cronistas.
Entretanto, embora  se  diferenciem  dos  narradores  populares, os  padres  -  como  outra  categoria  de  intelectuais  -  estudados  revelam um  exercício  de  reconstrução  do  passado  recomposto.  No entanto, essa  forma  de  reconstrução  da  memória  oral  não  significa que  num  mesmo  relatório  não venham a  aparecer  passagens  em  que  predominem  apenas  juízo  de  valor  ou  avaliações  generalizantes.
                          As  populações  sertanejas  atribuíam suma  importância  às  VISITAÇÕES  PASTORAIS.  A  prova  desta  assertiva  está  configurada  na  morte  súbita  da  matriarca  CLAUDINA  PINTO, esposa  do  Coronel  ANTONIO  FERREIRA  PINTO, ocorrida  a  31  de  Agosto  de  1902, aos  55  anos de  idade.  Ao  receber  em  seu  lar, a  visita  do  1º  Bispo  do  RN   Dom  ADAUTO  AURÉLIO  DE  MIRANDA  HENRIQUES, foi  acometida  por  forte  emoção, que  ocasionou  um  infarto  fulminante.  Os  VISITADORES  traziam  consigo  uma  missão:  Ensinar  as  camadas  populares  que  os  símbolos  religiosos  oferecem  uma  garantia  cósmica  não  apenas  para  compreender  o mundo, mas  também  para  que, compreendendo-o, dessem  precisão  a  seu  sentimento, uma  definição  às  suas  emoções  ou  lhes  permitir  suportá-lo, soturna  ou  alegremente, implacável  ou  cavalheirescamente.  Mas  esses  que  apresentavam-se  marcados  de  sabedorias  eternas, souberam, também, colocarem-se  no  lugar  de  aprendizes  e, como  artesãos, moldando  suas vidas, as  lições  extraídas  na  convivência  com  o  povo.  Vejamos  a  relação  dos  PADRES  VISITADORES  À  PARÓQUIA DE  APODI, segundo  o  celebrado  historiador  REINALDO  DE  LA  PAZ, em  sua  famigerada  obra  intitulada "A  DIOCESE  DE  MOSSORÓ":

*  PADRE  INÁCIO DE  ARAÚJO  GONDIM  -   Visitação  à  01  de  Outubro  de  1768.
*  PADRE  DR.  JOAQUIM  MONTEIRO  ROCHA  -   A   22  de  Julho  de  1778.
*  PADRE  DR.  MANOEL  VIEIRA  LEMOS  SAMPAIO  -  A  23  de  Fevereiro  de  1787.  
*  PADRE  DIONÍSIO  DE  SOUZA  BANDEIRA  -    A  19 de  Maio  de  1795.  
*  FREI    JOSÉ  MARIA  DE  JESUS  -   A   21  de  Maio  de  1795.
*  PADRE  JOSÉ  FEIO  DE  BRITO  TAVARES  -   A  03  de  Fevereiro  de  1801.
*  PADRE  ANTONIO  JOSÉ  ALVES  CARVALHO  -  A  01  de  Novembro  de   1806.  
*  PADRE  INÁCIO  PINTO  DE  ALMEIDA  CASTRO  -   A  24  de  Julho  de  1809.  
*  PADRE  MANOEL  DA  COSTA  PALMÉRIO   -    A   23  de  Agosto  de  1816.
*  PADRE  FRANCISCO  DE  BRITO  GUERRA  -     A  09 de  Março  de  1838.
*  DOM JOÃO DA PURIFICAÇÃO MARQUES PERDIGÃO(Bispo de Pernambuco)A 09 de Outubro de 1839.
*  PADRE  MANOEL   JOSÉ  FERNANDES  - A 16 de Fevereiro de 1849 e a 15 de Outubro de 1855.
*  PADRE  FRANCISCO  JUSTINO  PEREIRA  DE  BRITO  -  A  06  de  Outubro  de  1859.
*  PADRE  PEDRO  SOARES  DE  FREITAS  -  A   26  de  Novembro  de  1885.
 DOM  ADAUTO  AURÉLIO  DE  MIRANDA  HENRIQUES  (1º  Bispo  do  RN) -  
De  29  de  Agosto  a  02  de  Setembro  de 1902.
As  viagens  encetadas  por  estes  PADRES  VISITADORES  constituíam-se  em  árduas  caminhadas  por  precárias    estradas,montados  em  cavalos, onde  os  ranchos  para  pousadas  ficavam  muito  distantes  um  do  outro, o  que  faziam  com  que   passassem  por  privações  de  água  e  alimentação.  Neste  trabalho  evangelizador, semeavam  a  fé  cristã  como  o  único  caminho  para  a  salvação  eterna.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                               Por Marcos Pinto.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

APONTAMENTOS PARA A HISTÓRIA DO SÍTIO "LAGOA DO CLEMENTINO".


 COMUNIDADES APODIENSES

      Referência  toponímica  muito  antiga, atrelada  à  pessoa  de  CLEMENTINO  DE  GÓIS NOGUEIRA, que  nasceu  no  sítio
"Garrafa", na  várzea  do  Apodi, por volta do ano de 1805, filho  legítimo  de  JOÃO  DE  GÓIS  NOGUEIRA  e  de  MARIA  DA  PAZ   BAR-
ROSO.  Adquiriu  ditas  terras  por  herança  paterna. Esta  gleba  de  terras  é  conhecida  popularmente  como sendo  a  "Lagoa     do
Quelementino", corruptela  sertaneja  do nome  Clementino, já deveras  enraizado   no  conhecimento  dos  antigos  comboeiros  que  por
aí  passavam, trilhando  o  primeiro  caminho  da  CHAPADA  DO  APODI, cuja serra  teve a  primeira  denominação de "SERRA DA  PICADA",
 Essa  localidade  rural  fica  encravada entre  os  sítios "CANTO DE VARAS"  e  "SOLEDADE". Clementino  era  componente  da
aberta pelos  facões  dos bravos  homens  que  compunham  a  família  NOGUEIRA  FERREIRA,fundadora  e  colonizadora de Apodi.
quarta geração  descendente  da  brava  fundadora  ANTONIA  DE  FREITAS  NOGUEIRA  e de  seu segundo marido  MANOEL  DE CARVALHO
TINOCO, com  quem  casou  em  Apodi no ano  de  1681.  Pesquisando  antigos  processos-crimes  do  1º Cartório Judiciário  de  Apodi, ve-
rifiquei  vários em  que  o  Clementino  aparece  como  réu, cujos processos  tinham como objeto  desde  a  prática  de  lesões  corporais,
até  a  prática  de tentativa  de   homicídio, como  autor  intelectual.  Esse  processo  foi  o  que  motivou  sua  mudança  de  domicílio  para 
Mossoró, no  ano  de  1850.  Esse  crime  teve  origem  numa  rixa  originada  no ano  de  1847  entre  o  Sr. José  Francisco das  Chagas
Jaqueira, então  fiscal  de  Pesos  e  Medidas, por  ter  este  dado  uma  pancada  no  Clementino, motivado  por  uma  articulação  que  ti-
veram  por  via  de  fiscalização de  medidas.  Desse  incidente  nasceu  o  atentado  à  vida  do  Jaqueira (Genro do rico fazendeiro Caetano
Gomes de Oliveira, dono da maior  parte  da  fazenda  "Santa Rosa"), ocorrido por volta  das  19  horas do  dia  08 de  Março  de  1848 -
Quarta-Feira  de  cinzas.  O  Sr. Jaqueira  se  encontrava  sentado  à  porta  de  sua  residência, localizada no "Quadro  da  Rua", quando foi
vítima de  um  tiro disparado  pelos  elementos  Francisco  Ferreira  Capanema  e  Elziário  de  tal, contratados por Clementino  e  seus  ir-
mãos  Bernardino de  Góis  Nogueira (Bisavô materno do Prof. Robson Lopes) e  Antonio  de  Góis  Nogueira, para  tal  empreitada.
                    Instaurado  o  competente  processo-crime, o  réu  BERNARDINO  DE  GÓIS  NOGUEIRA  assumiu  a  condição de  mandante  do  crime, tendo  sido  submentido  à  julgamento  pelo  Tribunal  Popular  do  Júri  em  05.08.1853,  tendo  sido  condenado  à  pena  de
37 meses  e  dez  dias  de  prisão  simples.  Quanto  ao  Clementino, já no ano de  1856  destacava-se  como  um  dos  principais  comer-
ciantes  da  praça  de  Mossoró, tendo  neste  mesmo  ano sido  eleito  suplente  de  Vereador  para  o  período 1857-1860 (Vide  livro "LE-
GISLATIVO E  EXECUTIVO  DE  MOSSORÓ, numa  viagem  mais  que centenária. - Coleção  Mossoroense - Vol. CCLXXXVII -  Ano  1985  -
Autor:  Raimundo  Soares  de  Brito).
       Em Mossoró, Clementino  construiu  um  imponente  casarão  senhorial  com  suntuoso  andar  superior, construído  na  Rua  30  de Setembro, disputando  a  primazia  com  o  opulento  comerciante  Joaquim  Nogueira da  Costa, Aracatiense  radicado  na  praça   de Mossoró, que  construiu  o primeiro  prédio  assobradado  na  cidade. O  imponente  sobrado  do Clementino  serviu  de  esconderijo  
para  o  famoso  "Cangaceiro  romântico"  JESUÍNO  BRILHANTE, sempre  que  este  se  dirigia  à  Mossoró, onde  contava  com  a  eficaz
e  coiteira  hospitalidade  do seu amigo  pessoal  Clementino.  Em  1904  o  Clementino  resolveu  investir  seu  capital  no  Amazonas,onde  faleceu  vitimado  pela  temível  febre  amarela.  A  sua  esposa  Umbelina  de  Góis  Nogueira  faleceu  em  Mossoró  a
27.03.1914, aos  80  anos  de  idade, tendo  uma  prole  de  14  filhos.  Este  famoso  sobrado  do Clementino  foi  vendido  no  ano   de
1924  pela  única  filha  sobrevivente  Francisca  de  Góis  Nogueira, ao  Apodiense  o  intelectual  JOSÉ  MARTINS DE  VASCONCELOS. Atualmente  este prédio  pertence  aos  netos  de  Martins de  Vasconcelos.
             As  terras  que  circundam  a  "LAGOA  DO  CLEMENTINO"  foram  abandonadas  pelo  Clementino  ainda  no  ano  de  1850, sendo certo  que  ficaram  conhecidas  como  sendo  "terras  devolutas", sem dono, o que  ocasionou  a  efetivação  de  posse  por  muitos  Apodienses, no  que  o  agropecuarista  Aristides  Ferreira  Pinto  comprou  a  maior  parte  das  terras  que  englobava  a  lagoa, a  alguns  posseiros, e  Izauro  Camilo  comprou  a  outra  parte  desta  gleba.  O  Sr. Raimundo  Maia  Pinto, filho  do Sr. Aris-
tides  Pinto  doou, no  ano  de  2006, 50  hectares  desta  gleba, para  edificação  e  instalação  do  IFRN.  

Por Marcos Pinto.

PASTORAL DA CRIANÇA É IMPLANTADA NA LAGOA DO CLEMENTINO

      Em um movimento que teve a participação de um bom número de líderes da Pastoral da Criança, fez-se a implantação da referida na localidade de Lagoa do Clementino (Poço de Izauro) - Apodi-RN, cadastrando quase 40 crianças, que serão acompanhadas através de visitas e da celebração da vida.


Fonte: http://aloeducacaoapodi.blogspot.com/

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

UTILIDADE INTERESSANTE

Taí uma boa idéia!!!
Reutilizar as tampas de plástico das pets!
Magnífica idéia, assim não precisamos de pinças ou as fitinhas do pão de forma, pregadores etc...
Como fechar um saquinho plástico de forma hermética?

Cortar uma garrafa pet 
e conservar o gargalo e a tampinha; como nas fotos a seguir.

Passar a abertura do saquinho plástico por dentro
da boca do gargalo e abri-lo para que fique como uma sainha, a seguir feche com a tampa, para lacrar.

A rosca da garafa é hermética,
portanto não entrará: humidade, contaminantes, nem as formiguinhas tão incômoda.
O segredo está no gargalo e a tampa!
Bom para nós e também para o meio ambiente.

APODI DO MEU TEMPO - DÁ UMA SAUDADE. (II).

Quando visito a minha amada e nunca esquecida terrinha onde nascí, sinto-me como um noivo que está
prestes a casar, ansioso, curioso, olhando pra todos os lados, como se estivesse a procurar uma emoção ou um som, uma imagem que se perdeu na longitude dos dias que lá se foram, que transferí - aliás, transferiram - o meu pai, minha residência para Mossoró. Tanto é que procuro nas paralelas da minha retina da saudade as imagens, sons e lugares que estão amalgamados em mim como
uma marca indelével, que nem mesmo as cinzas do tempo conseguirão turvar no espelho de minha alma. O filme da minha vida insiste, em consonância com as melodias do meu coração, em reprisar as páginas da saudade, com o eco de uma paixão tonitroante, com as multicores da emoção. Nessa contextualidade, vejo-me sentindo perenes saudades...
...Dos toscos postes de iluminação pública, de carnaubeira, aroeira ou pau branco, alguns linheiros e outros tortos, porém com a serventia que o tempo satisfez;
... Dos morros de rapas de madeiras das serrarias de sêo Raimundo Cabral e de Sêo Chico Assís, pai de Eidim e de Vovô, com os quais subíamos o morro, descendo como se fôssemos roladeiras em disparada, até chegarmos ao rés do chão, todos parecendo um estranho e pequenino monstro das matas;
... Dos preás do reino da casa de dona Terta, mãe de Dorinha;
....Dos disparates de ignorância do mudo DUDÉ, irmão de Antão Moreira, que residia em uma casa velha,bastante
deteriorada, vizinho à casa de sêo Aurino Gurgel, ao lado da Igreja-Matriz
....Das músicas transmitidas pelas amplificadoras do Cine-Odeon, interrompidas de vez em quando para que sêo
Altino Dias anunciasse mais um filme em tecnicolor, ou seja, cinema em cores, novidade muito grande no meu Apodi até os anos de 1971/1972;
.....Dos carões de sêo Manoel Dantas, antigo sacristão, que detestava ver meninos jogando bola sobre a calçada
do patamar da Igreja-Matriz, que enxotavam-nos de forma ruidosa e grotesca, mesmo que assistido de razão;
... De sêo Chico Deodoro - tio de Mana Pinto, que enchia-me de medo ao levantar a calça comprida, na parte da
perna direita, que mostrava amputada até a parte do joelho;
...Das presepadas de BURG DENTISTA, sempre portando consigo alguns instrumentos específicos para a extração de
dentes, o que despertava intenso clima de terror entre a meninada acostumada a passar pelo gabinete dentário do mesmo;
...Dos mudos de Elísio Pinto, primos de Mana Pinto;
...Das subidas e descidas nos degraus que levavam até o alto do CORÊTO DO JARDIM
...Dos meus amigos de infância Merson, Elano,Chico e Tarcísio de Chico Paulo, Eidinho e VAndinho de Sêo
Altino Dias, Jorge de dona Niná, Etinho de Lulu Curinga,Rerissom de San-Cler e outros.;
...Dos saborosos bolos, suspiros e doces feitos por dona Cotó e dona Maria José;
...Dos doidos MANOEL DE ZAQUIEL BELTRÃO (Ezequiel Beltrão) e ANTONIO MOURA;
...De sêo Ciço Preso, que se gabava comer de uma vez só duas rapaduras pretas, das grandes, misturadas
com um quilo de farinha de mandioca
...Dos banhos invernais nos barreiros de sêo Ademar Caveja, pai de Fãico e Tetéia, ali naquele loca onde
está localizada a madeireira São Francisco. Pasmem! no inverno dava até nado.
...Do sinal de que a iluminação pública seria interrompida (desligada) com um ligeiro "piscar", feito por sêo Raimundo da Luz , pai de Durreco,geralmente faltando 15 minutos para as dez horas da noite, o que desenca-
deava uma verdadeira correria das moças, que temiam as ordens dos pais, que as advertiam que era para
estarem em casa antes que as luzes da iluminação pública fossem apagadas;
... Do mudo Paulo, da família dos CAETANO, que vivia sempre alí pela casa de sêo Chico Paulo, onde almoçava
e jantava, sendo certo que só andava com uma bolsa de palha de carnaúba a cobrir suas partes pudendas -
testículos, dado o fato de ter sido acometido por uma doença que causa acúmulo de líquidos nos testículos, o que os torna volumosos, passíveis de chamar a atenção
...Saudade de tudo e de todos....É uma coisa que corrói por dentro...retratos de felicidades.
VIVAS À NÓS APODIENSES!

Por Marcos Pinto.

Guerra de Troia na Mitologia


A Guerra de Troia foi um confronto entre gregos e troianos entre 1300 a.C. e 1200 a.C. O motivo do conflito foi o rapto da rainha de Esparta, Helena, pelo príncipe de Troia, chamado Páris. A batalha foi contada pelo poeta épico Homero.

Há divergências entre os historiadores se a guerra teria sido real ou fantasia. Porém, mesmo se fosse verdadeira, Homero teria aumentado e inventado deixando a história repleta de exageros. A guerra aconteceu quando os gregos atacaram Troia para recuperar Helena.

Uma vez, Páris, príncipe troiano, foi para Esparta em missão diplomática. Lá se apaixonou por Helena, então a mulher mais bela do mundo e filha de Zeus e de Leda. Os dois fugiram para Troia.

Agamenon então atravessou o mar Egeu com um exército potente, com mil navios, para atacar Troia e resgatar Helena. Estava com Agamenon o grande Aquiles. Aquiles, um poderoso guerreiro, porém mortal, tendo como seu ponto fraco o calcanhar, tinha que escolher o seu destino: lutar em Troia e ser um herói, ou ficar em sua terra natal para uma longa vida, porém ia ser esquecido pela história. Ele decidiu lutar.

O combate durou dez anos e muitos heróis morreram. Entre as vítimas estavam Aquiles e Heitor.

Para vencer a guerra, os gregos usaram uma estratégia especial: fingiram desistência do combate e enviaram às terras o “Cavalo de Troia”. Os troianos decidiram levar o cavalo para o centro da sua cidade como símbolo da vitória. Durante a noite, soldados gregos saíram do cavalo oco de madeira e atacaram de surpresa os troianos. Os troianos foram derrotados e a cidade tomada por chamas. As mulheres foram escravizadas e os homens foram mortos. Helena foi resgatada e levada para Esparta.

Pagina de origem: lhttp://www.sitedecuriosidades.com/curiosidade/guerra-de-troia-na-mitologia.htm


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Bairro Bico Torto recebeu comitiva da Nova Geração

Aconteceu no ultimo domingo no Bairro Bico Torto, a reunião da NOVA GERAÇÃO com a comunidade. Muita gente prestigiou o evento.

“Entra Governo sai Governo e o Bairro Bico Torto continua do mesmo jeito. Um Bairro que precisa de uma atenção do poder Público”, afirmou Flaviano Monteiro em seu discurso.

Estiveram presentes na reunião os vereadores Chico de Marinete e Genivan Varela, o presidente do PCdoB, Paulo Viana, o presidente do PDT Pedro Junior, professor Pedro Filho, os agricultores Vanvan e Josino, Reginaldo Ponciano, Solange Vascaína, professora Klebia Karina, Dindinha – presidente do Fórum das Entidades, Roberto Morais, Céliane, Sildo Click, etc.

Cerca de 300 famílias do bairro Bico Torto, nas proximidades das margens do Rio Apodi, sofre como o abandono do bairro, que caiu no vão do esquecimento do poder público.

Inúmeras famílias do Bairro Bico Torto reclamam da falta de: ruas com falta de pavimentação, iluminação pública precária, duplicação da BR 405, principalmente a noite (sem poder trafegar), unidade básica de saúde, etc.

“Lembrança do meu amigo Patrício de Freitas do Bico Torto. Grande líder da comunidade. Esta fazendo muita falta”, frisou o professor.

“Os moradores já procuraram as autoridades municipais por diversas vezes, mais nunca foi atendida. Sempre dizem que vão resolver e não resolve. Na hora que a gente precisa, não tem nada! Nosso bairro e um sofredor” comentou um morador.





COMUNIDADES RURAIS DE APODI SÃO VITIMAS DE FURTOS



Mais uma vez as comunidades rurais da região do Vale do Apodi são vitimas de furtos e roubos, ocasionados pela falta de segurança nessa região, que constantemente são corriqueiras desse tipo de ação.

Há menos de 30 dias, a comunidade de Bamburral, como também a comunidade de Agua-Fria foram assoladas por uma onda de pequenos furtos, onde vitimou alguns agricultores que tiveram seus “motores” levados sorrateiramente na calada da noite. Houve também comentários de desaparecimento de alguns animais, tais como gado e ovelhas.

Nessa semana, foi à vez da Associação dos Pequenos Produtores de Bamburral, que teve mais de 40 canos PVC roubados sorrateiramente de sua sede. A Associação também já foi vitima de roubos, como foi o caso do Telecentro comunitário que teve 05 computadores roubados e até hoje o caso não foi solucionado nem mesmo alguma explicação foi dada, o que da carta de confiança aos ladrões.

Para alguns agricultores que vivem nessa região, é comum nessa época do ano esse tipo de caso, o que preocupa bastante esses agricultores que sobrevivem no meio rural. “A segurança está ameaçada, e nada podemos fazer, pois a lei só é aplicada a rigor naquele que tem suas obrigações com o Estado” afirmou um agricultor-vitima que não quis se identificar.

Furto é uma figura de crime prevista nos artigos 155 do Código Penal Brasileiro, e 203º do Código Penal Português, que consiste na subtração de coisa alheia móvel para si ou para outrem, com fim de assenhoramento definitivo. Difere do roubo por ser praticado sem emprego de violência contra a pessoa ou grave ameaça.

Por Jerlandio Moreira
Marmota Apodiense