“por volta de 1944, uma companhia americana em comum acordo com o governo brasileiro, passou a transportar para o Amazonas, qualquer pessoa que quisesse trabalhar na extração da borracha”. Pedro Noronha, seus filhos José e Vicente e seu genro Lucas, embarcaram para o Amazonas, deixando suas famílias chorando de dor e saudades.
Pedro Noronha aos 90 anos |
O Nordestino é acima de tudo um forte, um guerreiro! A viagem de navio era longa e penosa.
Chegando a Manaus, foram apresentados a um “certo patrão” – Rui Ascensão que logo providenciou para que eles embarcassem num outro navio que os levaria a um Seringal às margens do rio Purus. Com eles também iam muitos outros nordestinos e até alguns parentes.
Seu Rui percebeu logo o caráter e a disposição daqueles homens mandou que Pedro Noronha e os demais fossem trabalhar numa “colocação” de nome Igualdade às margens do Rio Purus.
Pedro José de Noronha, descendente de uma família nobre do RN casado com sua prima Izabel Sofia (F) Pinto (Mimosa). Izabel e Antonia (mãe de Palmira) eram filhas de Vicente Gomes Ferreira Pinto e Maria Belisa da Silva Filha (Marica). Pedro Noronha e Izabel foram pais de doze filhos. Dois deles morreram logo, ficando apenas dez, sendo seis homens:
José (Dé)
Vicente (futuro administrador do Seringal)
Sebastião (o Noroinha)
Pedro (o Totó)
Francisco (o Chiquito)
Geraldo (o Bial)
E quatro mulheres:
Isabel Sofia e Pedro Noronha |
Maria (a 1ª filha já casada com Lucas de Tatão Paulino e com duas filhas e grávida pela 3ª vez)
Amélia (casou com Sebastião de Freitas)
Izabel (casou com João Basílio)
Lindalva (casou com Jacinto)
Na tal colocação denominada Igualdade, só havia até então um velho barracão coberto de palha, suspenso do chão e até as paredes, eram de palhas. A panela onde cozinhavam o feijão, o peixe, a caça era pendurada numa corda e o fogo de lenha embaixo".
O barracão velho e o novo |
O seringal "Igualdade" situava-se às margens do rio Purus, e pertencia ao município de Labre, no estado do Amazonas. Na margem direita do rio era o lado agrícola,onde havia moinho para prensar a cana e daí todo o processo para obter os derivados da cana: garapa, açúcar preto,rapadura,batida, alfenim, álcool, e a cachaça que tinha o nome de "Me solte". Nesta particularidade do nome da aguardente entra o apodiense FRANCISCO PAULO FREIRE (Sêo Chico Paulo). Por volta do ano de 1949 o mesmo esteve trabalhando no seringal "Igualdade", onde amealhou considerável recurso econômico, o que proporcionou o seu retorno à Apodi, tendo comprado muitos bens imóveis, dentre eles a fazenda "Salgado". Nesta fazenda, sêo Chico Paulo fez um resgate histórico de sua estadia no Amazonas, tendo instalado um alambique, produzindo uma saborosa aguardente à qual deu o nome de "ME SOLTE".
Pedro Noronha e os seringueiros |
Ainda sobre o seringal "Igualdade" - A maioria dos seringueiros eram Apodienses recrutadas por Pedro Noronha, de preferência parentes das famílias PAULINO e PINTO, radicadas no sítio "Melancias". Na margem onde ficavam as casas havia muita árvores frutíferas. Desse modo, havia a criação de bovinos,caprinos,ovinos,suínos,galináceos de muitas espécies. Alguns homens ainda caçavam e a caça era farta. Pescava-se de rede, de arpão e de anzol no rio e nos igarapés. O pirarucu era muito apreciado.
Lindalva Noronha |
Um comentário:
Artigo muito interessante, sou sobrinha neta da Tia Mimosa ( sou neta de Francisca irmã ed Isabel). Foi muito bom ler o artigo, ouvi tantas vezes minha avó e minha mãe falarem sobre Pedro Noronha, e tambem ouvi muito Chiquinho e Alaide (que moraram em Igualdade) falarem sobre a vida no Amazonas. Parabens e muito importante fazer memoria!
Iracema (filha de Raimunda Pinto) moro em Fortaleza.
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